Seleção Brasileira termina em terceiro e invicta

Seleção Brasileira termina em terceiro e invicta

Brasil não foi à final por ficar com menos saldo de gols do que a Argentina

Copa do Mundo de 1978

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Créditos: CBF

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A preparação para a Copa do Mundo de 1978 começou em março, com amistosos no Brasil, e prosseguiu com uma nova excursão da Seleção pela Ásia e Europa. Coutinho logo se tornou o centro das atenções, incorporando novas palavras ao vocabulário da bola, tipo “overlapping” e “ponto futuro”, defendendo o futebol que chamava de polivalente, próximo ao modelo que Alemanha Ocidental, Holanda e Polônia haviam apresentado no Mundial de 1974.

Na excursão, o time cumpriu atuações discretas, como a da estreia, quando perdeu por 1 a 0 para a França, gol de Michel Platini cobrando falta, e fez boas apresentações, como na vitória de 1 a 0 sobre a Alemanha Ocidental, em Hamburgo, quando Nunes concluiu jogada espetacular de Zé Maria pela direita. A ideia de que o Brasil precisava adaptar-se aos métodos europeus provocou alguns equívocos, como reagir com a mesma moeda à violência empregada pelo adversário no empate em 1 a 1 com a Inglaterra. Esperava-se que o time dirigido por Coutinho exibisse sobretudo um futebol de toque refinado. Assim, as pancadas que distribuiu em Wembley acabaram ficando mais explícitas, levando a imprensa britânica a chamar os jogadores brasileiros de “animais”, quando, na realidade, ambas as equipes andaram abusando da selvageria.

O saldo do giro acabou sendo positivo, mas quando embarcou para a disputa do Mundial, na última semana de maio, Coutinho já não tinha tanta certeza da eficácia de seus conceitos, dado que algumas decisões e soluções revelaram-se desastrosas. As ausências de Júnior, Falcão e Sócrates e as escalações do zagueiro Edinho como lateral-esquerdo e do lateral Toninho como ponta-direita são exemplos.

O Brasil estreou empatando em 1 a 1 com a Suécia jogando um mau futebol. O péssimo estado do campo de Mar del Plata também não ajudou, tanto que a Seleção não conseguiu sequer brilhar no plano individual. Mesmo assim, a equipe só não saiu vencedora porque o árbitro galês Clive Thomas anulou um gol de Zico no fim, alegando que encerrou o jogo antes que a bola chutada por Nelinho em cobrança de escanteio chegasse até a cabeça do atacante rubro-negro. Thomas acabou suspenso pela Fifa. Mas o fato é que o resultado de 1 a 1 foi mantido.

O Brasil voltou a fazer partida discreta contra a Espanha, e só não deixou o campo derrotado porque o atacante Cardenosa desperdiçou duas oportunidades consecutivas sob a baliza brasileira, finalizando-as nos pés do zagueiro Amaral, sentado em cima da linha de gol. O 0 a 0 e o iminente risco de eliminação precoce assustaram a CBD. O presidente, Heleno Nunes, reuniu-se com a comissão técnica e decidiu-se por um punhado de modificações. Toninho voltou a ser lateral no lugar de Nelinho, Rodrigues Neto substituiu Edinho, Gil entrou na ponta-direita, Jorge Mendonça tomou a vaga de Zico e Roberto Dinamite barrou Reinaldo. E a vitória de 1 a 0 sobre o bom time da Áustria garantiu a Seleção na segunda fase do Mundial.

A segunda fase teve oito seleções divididas em dois grupos. Os campeões de cada um deles decidiriam o título. O Brasil melhorou consideravelmente, derrotando o Peru por 3 a 0, mas pecou ao não procurar marcar mais gols. Pior foi considerar que o empate com a Argentina em Rosario estaria de bom tamanho, pois, apesar da pressão dos quase 40 mil torcedores, a seleção anfitriã também tremia de medo, daí o 0 a 0. Os resultados empurraram a definição da vaga para a última rodada, provocando uma situação excepcional.

Brasil e Argentina somavam três pontos cada. A Polônia tinha dois e o Peru, já eliminado, nenhum. E o regulamento previa que se houvesse igualdade em número de pontos a vaga na final seria de quem apresentasse melhor saldo de gols. A tabela determinava que o jogo entre Brasil e Polônia deveria realizar-se antes de Argentina x Peru. Assim, os anfitriões entrariam em campo sabendo quantas vezes precisariam marcar. O Brasil ganhou por 3 a 1, ficando com saldo de cinco gols. A Argentina teria que vencer por pelo menos quatro gols de diferença. Fez 4 a 0 aos 5 minutos do segundo tempo. E fechou a contagem em 6 a zero. O “Jornal dos Sports” lançou a manchete que exprimia o sentimento do povo: “Peru sem-vergonha”! Mas a badalada e eterna suspeita de que o Peru entregou o jogo jamais foi devidamente comprovada.

O Brasil derrotou a Itália por 2 a 1 na disputa de terceiro e quarto lugares, com um golaço de Nelinho, num chute sem ângulo e cheio de efeito. Fim de jogo, Coutinho soltou a frase que fez história – “Somos os campeões morais” – que hoje, diante de tudo, mais de três décadas depois, já não tem nada de ridícula.

Os jogos

03/06/1978

BRASIL 1 x 1 SUÉCIA

Competição: Copa do Mundo

Local: Estádio José María Minella, em Mar del Plata (Argentina). Público: 32.569 espectadores.

Árbitro: Clive Thomas (Gales). Assistentes: Alojzy Jarguz (Polônia), Djaffar Namdar (Iran).

Cartão Amarelo: Oscar

Gols: Sjöberg, aos 38; 1:1 Reinaldo, aos 45

BRASIL: Leão, Toninho, Oscar, Amaral e Edinho; Toninho Cerezo (Dirceu, aos 80), Batista e Rivellino; Gil (Nelinho, aos 78), Reinaldo e Zico. Treinador: Cláudio Pecego de Moraes Coutinho.

SUÉCIA: Hellström; Borg, Nordqvist, Roy Andersson e Erlandsson; Lennart Larsson (Edström, aos 79), Tapper, Linderoth e Bo Larsson; Sjöberg e Wendt. Treinador: George Ericsson.

 

07/06/1978

BRASIL 0 x 0 ESPANHA

Competição: Copa do Mundo

Local: Estádio José María Minella, em Mar del Plata (Argentina). Público: 34.771 espectadores.

Árbitro: Sergio Gonella (Itália). Assistentes: Abraham Klein (Israel), Arturo Andrés Ithurralde (Argentina).

Cartão Amarelo: Leal.

BRASIL: Leão, Nelinho (Gil, aos 69), Oscar, Amaral e Edinho; Batista, Toninho Cerezo e Dirceu; Toninho, Zico (Jorge Mendonça, aos 84) e Reinaldo. Treinador: Cláudio Pecego de Moraes Coutinho.

ESPANHA: Miguel Ángel; Marcelino, Olmo, Migueli (Biosca, aos 51) e Uría (Guzmán, aos 78); San José, Leal, Asensi e Cardeñosa; Juanito  e Santillana. Treinador: Ladislao Kubala Stecz.

 

11/06/1978

BRASIL 1 x 0 ÁUSTRIA

Competição: Copa do Mundo

Local: Estádio José María Minella, em Mar del Plata (Argentina). Público: 35.221 espectadores.

Árbitro: Robert Wurtz (França). Assistentes: Faruk Bouzo (Síria), Tesfay Gebreyesus Difue (Etiópia).

Gol: Roberto Dinamite, aos 40.

BRASIL: Leão, Toninho, Oscar, Amaral e Rodrigues Neto; Batista, Toninho Cerezo (Chicão, aos 71) e Dirceu; Gil, Jorge Mendonça (Zico, aos 84) e Roberto Dinamite. Treinador: Cláudio Pecego de Moraes Coutinho.

ÁUSTRIA: Koncilia, Sara (Weber, aos 61), Pezzey, Obermayer e Breitenberger; Hickersberger, Prohaska e Kreuz; Krieger (Happich, aos 84), Krankl e Jara. Treinador: Helmut Senekowitsch.

 

14/06/1978

BRASIL 3 x 0 PERU

Competição: Copa do Mundo

Local: Estádio Libertador General San Martín, em Mendoza (Argentina). Público: 31.278 espectadores.

Árbitro: Nicolae Rainea (Romênia). Assistentes: Jean Dubach (Suíça), Werner Winsemann (Canadá).

Cartão Amarelo: Velásquez, Roberto Dinamite.

Gols: Dirceu (falta), aos 15; Dirceu, aos 27; Zico (pênalti), aos 72.

BRASIL: Leão, Toninho, Oscar, Amaral e Rodrigues Neto; Batista, Toninho Cerezo depois Chicão aos 76’ e Dirceu; Gil depois Zico aos 80’, Jorge Mendonça e Roberto Dinamite. Treinador: Cláudio Pecego de Moraes Coutinho.

PERU: Quiroga, Duarte, Manzo, Chumpitáz e Díaz (Navarro, aos 11); Velásquez, Cueto e Cubillas; Muñante, La Rosa e Oblitas (Percy Rojas, aos 46). Treinador: Marcos Medrano Calderón.

 

18/06/1978

ARGENTINA 0 x 0 BRASIL

Competição: Copa do Mundo

Local: Estádio Gigante Arroyto Cardviola, em Rosário (Argentina). Público: 37.326 espectadores.

Árbitro: Karoly Palotai (Hungria). Assistentes: Erich Linemayr (Áustria), Adolf Prokop (Alemanha Oriental).

Cartão Amarelo: Chicão, aos 41; Edinho, aos 37; Zico, aos 76; Villa, aos 76.

BRASIL: Leão, Toninho, Oscar, Amaral e Rodrigues Neto (Edinho, aos 34); Chicão, Batista e Dirceu; Gil, Jorge Mendonça (Zico, aos 80) e Roberto Dinamite. Treinador: Cláudio Pecego de Moraes Coutinho.

ARGENTINA: Fillol, Olguín, Galván, Passarella e Tarantini; Gallego, Ardilles (Villa, aos 46) e Kempes; Bertoni, Luque e Ortiz (Alonso, aos 60). Treinador: César Luis Menotti.

 

21/06/1978

BRASIL 3 x 1 POLÔNIA

Competição: Copa do Mundo

Local: Parque Libertador General San Martín, em Mendoza (Argentina). Público: 39.586 espectadores.

Árbitro: Juan Silvagno Cavanna (Chile). Assistentes: Anatoly Ivanov (União Soviética), Alfonso González Archundia (México).

Cartão Amarelo: Jorge Mendonça, Toninho Cerezo.

Gols: Nelinho (falta), aos 13; Lato, aos 45; Roberto Dinamite, aos 57; Roberto Dinamite, aos 63.

BRASIL: Leão, Nelinho, Oscar, Amaral e Toninho; Batista, Toninho Cerezo (Rivellino, aos 77) e Dirceu; Gil, Roberto Dinamite e Zico (Jorge Mendonça, aos 7). Treinador: Cláudio Pecego de Moraes Coutinho.

POLÔNIA: Kukla, Szymanowski, Maculewicz, Zmuda e Gorgon; Kasperczak (Lubanski, aos 64), Deyna e Nawalka; Lato, Szarmach e Boniek. Treinador: Jacek Gmoch.

 

24/06/1978

BRASIL 2 x 1 ITÁLIA

Competição: Copa do Mundo

Local: Estádio Monumental de Nuñez, em Buenos Aires (Argentina). Público: 69.659 espectadores.

Árbitro: Abraham Klein (Israel). Assistentes: Karóly Palotai (Hungria), Alfonso González Archundia (México).

Cartão Amarelo: Nelinho, Batista, Gentile.

Gols: Causio (cabeça), aos 38; Nelinho, aos 64; Dirceu, aos 71.

BRASIL: Leão, Nelinho, Oscar, Amaral e Rodrigues Neto; Batista, Toninho Cerezo (Rivellino, aos 64) e Dirceu; Gil (Reinaldo, aos 46), Jorge Mendonça e Roberto Dinamite. Treinador: Cláudio Pecego de Moraes Coutinho.

ITÁLIA: Zoff, Gentile, Scirea, Cuccureddu e Cabrini; Patrizio Sala, Antognoni (Claudio Sala, aos 78) e Maldera; Causio, Paolo Rossi e Bettega. Treinador: Enzo Bearzot.

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