Mauro, o capitão que soube esperar

Mauro, o capitão que soube esperar

Reserva nas Copas do Mundo de 1954 e 1958, Mauro ganhou na conquista do bi mundial, em 1962, a posição de titular e a braçadeira de capitão

Brasil x Tchecoslováquia na final da Copa do Mundo de 1962

Brasil x Tchecoslováquia na final da Copa do Mundo de 1962

Créditos: Divulgação

Mauro Ramos de Oliveira, o capitão da Seleção Brasileira bicampeã do mundo, foi um jogador que soube esperar. Reserva de Pinheiro na Copa do Mundo de 1954 e de Bellini na de 1958, sem ter disputado um jogo sequer, Mauro ganhou no Mundial do Chile, em 1962, não só a posição de titular como a braçadeira de capitão.

No dia 17 de junho de 1962, após a vitória de 3 a 1 sobre a Tchecoslováquia, o então zagueiro do Santos pôde repetir o gesto do amigo Bellini de quatro anos antes na Suécia: ergueu a  Taça Jules Rimet no Estádio Nacional, em Santiago. O Brasil era pela segunda vez a melhor seleção do mundo.

Nascido em Poços de Caldas, em 30 de agosto de 1930, Mauro morreu em 18 de setembro de 2002. Zagueiro de estilo clássico, projetado no São Paulo, onde ganhou títulos paulistas, Mauro fez parte do grande time do Santos bicampeão mundial interclubes em 1962/1963. Do Santos, transferiu-se para o futebol mexicano - jogou no Oruro e no Toluca, onde encerrou a carreira em 1970.

De jogador passou a treinador. Dirigiu Coritiba, Santos e Jalisco, do México. Voltou ao Brasil em 1974 para se retirar de vez do futebol, passando a ter uma vida em que era avesso a  entrevistas, lembranças, tudo que fizesse parte do passado no esporte. A filha Sílvia acompanhou todo esse período sem saber se o pai guardara alguma mágoa do futebol.

- Acho que não, pois não teria motivos, já que foi um jogador vitorioso e bem-sucedido. Mas não gostava de dar entrevistas, alegava que já tinha feito muito pelo futebol e que chegara a hora de viver - conta Sílvia. 

FOLCLORE

Nos bastidores do futebol, conta-se uma história que pode ser lenda, brincadeira ou invenção. Mas ela existe.

Mauro, que havia sido reserva em 1958 com o técnico Vicente Feola, passou a titular em toda a prepaação para a Copa do Mundo de 1962. Disputou amistosos, como capitão - barrando Bellini - até que, dias antes da estreia na Copa do Chile, o então técnico Aymoré Moreira o chamou para uma conversa.

- Mauro, você tem treinado e jogado muito bem nos amistosos. Mas o titular será o Bellini, já escolhi.

O zagueiro naõ aceitou a explicação. Pelo contrário.

- Seu Aymoré, isso não está certo. Esperei quatro anos calado na reserva, mas agora não dá mais. Quem vai jogar sou eu. Sou o titular. 

- Aymoré não perdeu a viagem. Respondeu, de primeira. 

- Isso mesmo, meu capitão. Só queria saber a sua reação, se você estava preparado mesmo. Vai jogar! 

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