50 anos do Tri: Pelé x Cubillas, o duelo entre dois reis sul-americanos

50 anos do Tri: Pelé x Cubillas, o duelo entre dois reis sul-americanos

Pelas quartas-de-final, os dois craques se enfrentaram em Guadalajara e deram ao mundo uma amostra do talento do futebol da América do Sul

Recriação de um pôster para o duelo entre Pelé e Cubillas, dois reis do futebol sul-americano Recriação de um pôster para o duelo entre Pelé e Cubillas, dois reis do futebol sul-americano
Créditos: Arte CBF

A série "50 anos do Tri" relembra, em crônicas e reportagens, a conquista da Copa do Mundo de 1970 pela Seleção Brasileira. Serão várias publicações ao longo do mês de junho, que marca o aniversário do terceiro título mundial do Brasil.

O primeiro jogo eliminatório da Copa do Mundo de 1970, contra o Peru, reservou um duelo muito especial para a Seleção Brasileira. De um lado, o experiente Pelé, aos 29 anos de idade, em sua quarta Copa do Mundo. Do outro, a jovem sensação peruana, Teófilo Cubillas, de 21.

Negro, como ele. Camisa 10, como ele. Craque, como ele. Não foi à toa que Cubillas rapidamente ganhou o apelido de "Pelé Peruano".  O confronto não só colocaria à prova dois dos maiores destaques daquele Mundial, como prometia ser um choque de gerações no gramado do Jalisco, em Guadalajara. Em solo mexicano, os dois fariam um duelo à la Ali x Foreman, Jordan x Johnson. Mas com o toque e o tempero do futebol sul-americano.

Com quatro gols na primeira fase da Copa do Mundo, Cubillas chegou embalado para o duelo entre Peru e Brasil nas quartas-de-final. Os peruanos ficaram em segundo lugar no Grupo 4, que ainda tinha Alemanha Ocidental, Marrocos e Bulgária. Foram duas vitórias e apenas uma derrota, justamente para os alemães.

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Mas, além da boa campanha, o Peru exibia um futebol vistoso, ao estilo do que jogava a Seleção Brasileira. Talvez, não fosse por acaso. O técnico do Peru na Copa do Mundo de 1970 era Didi, campeão e melhor jogador da Copa do Mundo de 1958, antigo companheiro de Pelé. 

Dentro de campo, as duas seleções entregaram o espetáculo que se prometia. Quem foi ao Jalisco na tarde de 14 de junho viu um jogo aberto, com duas equipes corajosas e ofensivas. Logo no começo da partida, Pelé recebeu em profundidade, dominou no peito e tentou tirar do goleiro Rubiños. A bola, no entanto, parou na trave.

Minutos depois, aos 11, o Rei cruzou na área. A zaga peruana afastou e a bola sobrou nos pés de Tostão. O atacante rolou para Rivellino, que encheu o pé para tirar o zero do placar. Não demorou para o Brasil ampliar o placar. Dessa vez, sem a participação de Pelé. Riva fez boa jogada com Tostão pela esquerda e o atacante bateu forte no canto do goleiro, para marcar o segundo gol da Seleção.

A reação peruana veio em lance parecido e Gallardo aproveitou a falha de Félix para diminuir a vantagem da Seleção. O primeiro tempo se foi e a torcida presente no Jalisco recebia, de Brasil e Peru, o grande jogo prometido. Mas ainda sem gols dos reis sul-americanos.

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No início do segundo tempo isso esteve perto de mudar. Aos sete minutos, Pelé recebeu um grande passe de Jairzinho e bateu cruzado. A bola ainda desviou antes de encontrar Tostão, que empurrou para a rede. Três a um para o Brasil que, mesmo sem gol de Pelé, sentia as marcas do Rei em sua vitória.

Mas quem esteve no jogo para ver um gol de Pelé acabou vendo mesmo Cubillas balançar o barbante. Com 25 minutos da segunda etapa, o camisa 10 aproveitou sobra na entrada da área e bateu firme de peito de pé, para diminuir o marcador. O gol de Cubillas deixou a Seleção Brasileira em uma situação desconfortável no jogo. Pelo menos até o tento final de Jairzinho, que definiu o triunfo por 4 a 2.

Ao fim do jogo, o público local aplaudiu o espetáculo apresentado pelas duas equipes. Pelé não marcou, mas foi fundamental na vitória brasileira e soube dar espaço aos craques que jogavam ao seu lado. Cubillas, por sua vez, deixou o dele, mas acabou eliminado. Ao fim da Copa, Pelé foi eleito o craque do torneio e Cubillas recebeu o prêmio de melhor jogador jovem.

Ainda bem que o mundo pôde ver os dois frente a frente em uma partida de Copa do Mundo. Um encontro memorável na história dos Mundiais. Um lindo duelo na memória do nosso futebol.

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