50 anos do Tri: Jalisco e Azteca foram palcos do título em 1970

50 anos do Tri: Jalisco e Azteca foram palcos do título em 1970

Estádios em Guadalajara e Cidade do México marcaram a história do tricampeonato da Seleção Brasileira

Carlos Alberto Torres - Copa do Mundo de 1970 Carlos Alberto Torres - Copa do Mundo de 1970
Créditos: FIFA

A série "50 anos do Tri" relembra, em crônicas e reportagens, a conquista da Copa do Mundo de 1970 pela Seleção Brasileira. Serão várias publicações ao longo do mês de junho, que marca o aniversário do terceiro título mundial do Brasil.

Corredores que contam histórias de uma campanha inesquecível. Arquibancadas e gramados que foram testemunhas de jogos históricos da Seleção Brasileira tricampeã mundial. No México, os estádios Jalisco e Azteca podem ter uma importância imensurável para o futebol local, mas também estão eternamente na história do Brasil. Palcos dos seis jogos que marcaram o título da Copa do Mundo de 1970, os locais carregam memórias daqueles dias até hoje.

Buscando apresentar melhor a importância dos estádios para o povo mexicano e as lembranças que eles guardam da Seleção Brasileira, os próximos parágrafos contam a história dos lugares e a relação de Guadalajara e Cidade do México com o time canarinho.

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Guadalajara: a casa da Seleção em 1970

Estádio Jalisco preserva a estrutura antiga da época da Copa de 1970 Estádio Jalisco preserva a estrutura antiga da época da Copa de 1970
Créditos: Divulgação/Atlas

Um estádio carregado de história e importância para o México. Assim é o Jalisco, localizado em Guadalajara, e lar da Seleção Brasileira durante quase todas as partidas do Mundial de 1970. Palco de duas Copas do Mundo e de grandes jogos, é atualmente a casa do Atlas, clube da primeira divisão, mas já abrigou times como Chivas Rayadas e Oro.

Considerada a segunda cidade mais importante do México esportivamente, Guadalajara abraçou a Seleção Brasileira e fez com que o time se sentisse em casa durante a competição. Apoiando o Brasil até a semifinal, já que a decisão não foi no Jalisco, os mexicanos tinham admiração, principalmente, por um jogador: Pelé. O jornalista Antonio Moreno, diretor do Hall da Fama de Futebol Internacional, localizado em Pachuca (MEX), explicou melhor a relação do povo local com o time.

- Em 1970, o Pelé já era uma grande figura, um homem que o México todo admirava. Quando o Santos vinha ao país, era uma loucura por causa dele. As pessoas de Guadalajara abraçaram o Brasil como se fosse o próprio país, não havia outro time - nem os mexicanos. A Seleção deles era o Brasil. A população os recebeu desde que o Brasil chegou na cidade. Eles ficaram no Hotel Tapatío e sempre tinham pessoas animadas usando o sombreiro tradicional mexicano. Havia uma grande simpatia por essa equipe. As pessoas lembram com muito carinho desse tempo e dos jogadores.

Estádio Jalisco é a casa do Atlas-MEX atualmente Estádio Jalisco é a casa do Atlas-MEX atualmente
Créditos: Divulgação/Atlas

A admiração pelos campeões mundiais é tanta que rendeu uma grande homenagem para a equipe. Na frente do Jalisco está a Praça Brasil, que conta com uma escultura com três jogadores e uma placa comemorativa que diz “Homenagem da cidade ao povo irmão pelo motivo do IX Campeonato Mundial de Futebol. Guadalajara, 3 de novembro de 1970”. A torcida foi levada ainda para a Copa do Mundo de 1986, quando os brasileiros voltaram a Guadalajara na eliminação contra a França.

- O caminho da Seleção só saiu da cidade em 1970 quando o Brasil foi para a Cidade do México jogar a final no Estádio Azteca. O time inteiro jogou muito bem, mas Pelé ganhou a Copa do Mundo. Desde esse Mundial e da vinda do Brasil, as pessoas amam a Seleção como segundo time. Claro que todos os mexicanos amam sua seleção, mas o povo de Guadalajara é mais Brasil e, no geral, sempre foi o segundo time dos mexicanos em todas as competências, nos dá muito orgulho. Lembramos muito também quando o Brasil veio jogar o Mundial de 1986 há 34 anos. O Brasil é uma equipe muito querida por todos os mexicanos, especialmente o povo de Guadalajara - explicou Antonio Moreno.

Inaugurado em 31 de janeiro de 1960, o Jalisco mantém até hoje uma estrutura similar ao que foi visto nas Copas do Mundo de 70 e 86, já que passou por obras há 50 anos. Com capacidade para quase 60 mil pessoas, o estádio também recebeu os Jogos Olímpicos de México, em 1968, a Copa das Confederações de 1999 e alguns outros eventos culturais, como shows de grandes artistas.

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Azteca, o palco da decisão

Estádio Azteca em sua primeira partida, em 1966 Estádio Azteca em sua primeira partida, em 1966
Créditos: Divulgação/Estádio Azteca

Quem ama futebol certamente já ouviu falar do poderoso Estádio Azteca. Um dos maiores do mundo, o local é, junto ao Maracanã, um dos únicos a receber duas finais de Copas, em 1970 e 1986. Com capacidade para mais de 80 mil pessoas, atualmente é a casa do Club América do México e carrega momentos inesquecíveis em cada um de seus espaços.

O projeto para erguer o estádio começou a ser criado em 1960 e as obras levaram quatro anos para serem concluídas. Construído em um local com muitas rochas vulcânicas, que ainda estão presentes no lugar, o espaço foi inaugurado no dia 29 de maio de 1966, com um amistoso entre América e Torino, da Itália, que terminou em 2 a 2.

Os corredores do Azteca contam com diversas memórias que voltam até 1960. Em uma das partes, escudos de todos os clubes que visitaram o local até hoje são estampados, contando também as informações sobre quando foram as partidas. Já no gramado, em um dos cantos, está uma placa comemorativa das duas Copas do Mundo que o estádio recebeu e os nomes de Brasil e Argentina, campeões de cada edição.

Durante a visita ao estádio, também é possível encontrar diversas fotos de momentos históricos, todas divididas de acordo com as décadas. Em uma das partes, as imagens da Copa de 1970 estão dispostas, com destaque para uma foto colorida de Pelé celebrando o título. Além disso, existe uma calçada da fama com a assinatura de alguns grandes jogadores que estiveram lá. Exaltando atletas e personalidades que passaram pelos gramados do Azteca, as redes sociais do estádio destacam as seguintes palavras de Rei sobre o lugar: “Falar do Azteca é falar de um santuário do futebol. Passei os momentos mais importantes da minha vida ali. Sempre agradeço o carinho do povo do México.”

O site oficial do estádio ainda fala que a Copa de 1970 foi considerada uma das mais organizadas e limpas, recordando que foi neste ano que o sistema de cartões foi usado pela primeira vez para marcar as faltas e que a troca de jogadores foi permitida duas vezes. Os visitantes do Azteca podem ver, além das lembranças citadas acima, os vestiários personalizados da Seleção do México e do América, a sala de imprensa, corredores pelo estádio e placas comemorativas dos eventos recebidos.

Torcida lota o Estádio Azteca renovado em jogo do América do México Torcida lota o Estádio Azteca renovado em jogo do América do México
Créditos: Divulgação/Estádio Azteca

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