50 anos do Tri: A Copa de 1970 pelo jornalista Washington Rodrigues (Apolinho)

50 anos do Tri: A Copa de 1970 pelo jornalista Washington Rodrigues (Apolinho)

Comentarista relembra com carinho o primeiro dos 12 Mundiais que foi e traz a visão jornalística de quem seguiu a Seleção Brasileira por todos os seis jogos no México

Washington Rodrigues - Apolinho Washington Rodrigues - Apolinho
Créditos: Arquivo Pessoal

A série "50 anos do Tri" relembra, em crônicas e reportagens, a conquista da Copa do Mundo de 1970 pela Seleção Brasileira. Serão várias publicações ao longo do mês de junho, que marca o aniversário do terceiro título mundial do Brasil.

Contratado pela Rádio Globo em 1969, tive a oportunidade de participar da cobertura da melhor de todas as Copas, México 70.  Pela primeira vez na história dos Mundiais, a organização passou a cobrar direitos de transmissão aos veículos de Rádio e Televisão. Surpreendidas, as emissoras de rádio decidiram se associar em grupos para enfrentar as despesas, formando equipes únicas. Assim foi feito: Globo, Nacional e Gaúcha montaram uma super time com nomes como Waldir Amaral, Jorge Curi, Willi Gonzer, João Saldanha, Mário Viana, Vitorino Viera, Paulo Cesar Tênius, eu e Denis Menezes, uma mega equipe (devo ter esquecido alguém). Partimos para o palco onde vimos triunfar a maior seleção de futebol já vista no planeta.

Tudo era novidade para mim. Primeiro passaporte, primeira viagem internacional, primeira de doze Copas do Mundo cobertas e primeira como repórter. A partir da de 1982 passei a ir como comentarista.  Em 1970, tive a chance de estar perto, viver e reportar para o Brasil um feito histórico. Acompanhei desde o Brasil cada passo daquela máquina de jogar futebol, passando por sua montagem. Eu estava reportando e, ao mesmo tempo, bebendo conhecimento. Sou do tempo dos treinos individuais (como se trabalhavam todos juntos?) e testemunhei a metamorfose, o trabalho ímpar realizado que se transformou num marco, um divisor na maneira de preparar um grupo para se transformar em uma equipe.  

Todos se surpreendiam com os métodos da nossa Comissão Técnica, onde apareceram Claudio Coutinho, Parreira, Carlesso e Calomino ao lado do Dr. Lídio Toledo. Esta equipe revolucionou a preparação física com um inédito trabalho de adaptação a altitude (que surpreendeu os adversários) e fez com que os astros de uma constelação comandada por Zagallo, que tinha Félix, Carlos Alberto, Brito, Piazza, Everaldo, Gerson, Clodoaldo, Rivelino, Jairzinho, Tostão e o Rei Pelé,  atropelassem os adversários no Estádio Jalisco, em Guadalajara. A cereja do bolo ficou para a Cidade do México, onde a Seleção desfilou sob aplausos naquele 4 a 1 sobre a Itália no majestoso Azteca. Mais que uma Taça, o Brasil ganhou definitivamente a admiração e o respeito do mundo. Muitos colegas compraram réplicas da Taça Jules Rimet, que poucos devem saber onde estão. Eu preferi voltar apenas com as minhas lembranças, que estão vivas na minha memória e ainda me fazem sonhar.

Apolinho enviou foto da equipe Rádio Globo que foi para a Copa do Mundo 1970 Apolinho enviou foto da equipe Rádio Globo que foi para a Copa do Mundo 1970
Créditos: Arquivo pessoal

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