Seleção Brasileira

Tarciane: "Tudo aconteceu muito rápido na minha vida"

Em entrevista coletiva, jogadora compartilhou sonhos, conquistas, desafios superados; Tarci se emocionou ao falar sobre amadurecimento e presente que foi dado à mãe

Assessoria CBF
28/05/2025 - 4h43
Atualizado há 4 meses
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Tarciane celebra 22 anos em treino com Seleção no CT Joaquim Grava

Tarciane celebra 22 anos em treino com Seleção no CT Joaquim Grava

Lívia Villas Boas / Staff Images Woman / CBF

A sala de imprensa no CT Joaquim Grava recebeu uma convidada especial: a zagueira Tarciane. Ela participou da entrevista coletiva após o treino da Seleção Feminina nesta terça-feira (27), justamente no dia em que completou 22 anos. A atleta foi saudada pelos profissionais de imprensa, que até cantaram "Parabéns" para ela.

Na entrevista, Tarciane se emocionou algumas vezes. Revelou que o maior presente proporcionado pelo futebol feminino foi a estabilidade financeira que permitiu “aposentar” sua mãe, para que ela não precisasse trabalhar mais. "Isso é o mais importante para mim", disse emocionada.

Tarciane em entrevista coletiva após treino da Seleção BrasileiraCréditos: Lívia Villas Boas / Staff Images Woman / CBF

Tarciane começou sua trajetória no Daminhas da Bola, projeto social em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense(RJ). Teve passagem pelo Fluminense e chegou ao Corinthians com 18 anos. Tarciane não escondeu o carinho especial pelo centro de treinamento do clube onde deu passos significativos na carreira. Foram quatro temporadas e 10 títulos. "É minha segunda casa e estar aqui, onde comecei aos 18 anos, trouxe memórias do meu primeiro treino. É um prazer sempre retornar", comentou.

Protagonista de grandes negociações da história do futebol mundial feminino, como foi com o Houston Dash, Tarciane considera como o momento mais valioso na carreira a participação nos Jogos Olímpicos. "Foi um momento especial por ser um sonho e uma meta que trabalhei muito para realizar", revelou.

Atualmente no Lyon, uma das maiores potências do futebol mundial, ela contou que superou muitos desafios que marcaram seu amadurecimento tanto como atleta quanto como pessoa. Confiante, Tarciane se prepara para a Copa América e destacou a importância de estar bem para enfrentar adversários fortes como o Japão. "Estamos concentradas na preparação, tentando encaixar nosso modelo de jogo e vivendo cada convocação com dedicação." Hoje, Tarciane reconhece que os desafios continuam, mas enxerga seu crescimento como uma consequência de muito esforço e dedicação.

Tarciane em segundo dia de preparação para amistosos contra o JapãoCréditos: Lívia Villas Boas / Staff Images Woman / CBF

CONFIRA OUTRAS RESPOSTAS DE TARCIANE

Amistosos contra o Japão

O Japão é uma seleção muito difícil. Eu joguei duas vezes contra elas. Uma nos Jogos Olímpicos e outra, no She Believes. Foram dois jogos muito difíceis porque é uma equipe forte e rápida. Elas são bem dedicadas no que elas fazem e a gente sabe muito bem disso. A gente está trabalhando muito, tentando encaixar, tentando fazer o nosso modelo de jogo para poder ir muito bem. É uma equipe que cresce muito durante o jogo, então a gente precisa tomar muito cuidado. Não vai ser um jogo fácil.

Preparação Copa América

A gente precisa estar bem para o nosso grupo se fortalecer. Estar sempre forte. Temos pouco tempo para a gente se preparar contra o Japão. Mas a gente só pensa nisso e a gente estuda isso. Tem mais um jogo contra a França também, além dos dois jogos contra o Japão. Aí encerra a nossa preparação. A gente está vivendo cada convocação de cada vez e entender que quanto mais a gente crescer, mais a gente vai estar bem. Vamos viver essa convocação aqui e depois ir para a Copa América bem, fortalecida, forte, aprendendo uma com a outra, e aí as coisas vão acontecer, o título, tudo.

Retorno Marta

A gente sempre conversa quando tem jogo, mas a gente já sabia que ela ia voltar porque ela é uma peça muito importante na seleção. Todo mundo sabe disso. Ontem eu estava até brincando e disse que 'todo mundo queria ter uma Marta no time, na seleção, pela liderança, pela história, por tudo'. Ela é uma pessoa muito importante para o nosso grupo, para as outras meninas que estão chegando agora. Eu já falei para ela se aposentar com uns 45, por aí. Enquanto ela estiver bem, vou estar incentivando ela para poder continuar com a gente. E não tem como ficar sem a Marta. Não vejo a seleção agora sem a Marta, porque a gente precisa dela, a gente precisa de tudo que ela já viveu no futebol feminino, e ela também precisa viver esse momento.

Amadurecimento

Foram momentos muito, muito difíceis. Eu acho que o passo mais importante para eu poder crescer como profissional, como pessoa foi minha vinda para o Corinthians. A comissão com o Arthur, o Rodrigo e o Chris, foram as pessoas que acreditaram muito em mim. É difícil, tinha muitos momentos que eu mesmo não acreditava. Às vezes é difícil a gente passar pelas coisas, mas a gente é atleta. Tudo aconteceu muito rápido na minha vida. Eu era muito nova, vim pra cá com 18 anos, ganhei bastante coisa, aprendi bastante coisa. Foi com a minha primeira convocação que mudou tudo. No Corinthians eu precisava mudar muita coisa. Eu precisava mudar como eu era. Quem me conhece desde o Fluminense sabe que eu era um pouquinho mais explosiva. Eu precisava amadurecer para poder crescer. Depois que eu consegui entender isso, parece que minha vida andou. Não foi fácil, foi bem difícil. Todos os dias a gente precisa de ajuda, todos os dias a gente tem que ser forte. A gente passa por momentos muito difíceis, mas, graças a Deus, o ano passado eu fiz um ano muito bom. Eu acho que eu consegui ter uma sequência muito boa. Todo mundo conseguiu ver um pouquinho que eu posso oferecer para a Seleção Brasileira. E tenho certeza que eu posso ajudar muito mais.

Olimpíada e confiança

A medalha de prata nos Jogos Olímpicos foi muito importante, tanto para a gente da Seleção quanto para a torcida brasileira acreditar mais no futebol feminino. Esse resultado foi muito importante para a gente. Dá muita confiança quando a gente vai jogar com qualquer seleção. Querendo ou não, eles veem que a gente é medalhista olímpica, dá um medo, sabe que a gente pode ser melhor. A gente pode impor nosso jogo. Isso vai dando mais confiança para a gente. Estão deixando a gente chegar e a gente está chegando, isso é super importante.

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