O treinador da Seleção Brasileira Sub-17, Dudu Patetuci, destacou o talento presente na geração de atletas nascidos a partir de 2009. Em entrevista à CBF TV na Granja Comary, em Teresópolis, onde comanda a primeira fase de preparação para o Sul-Americano de 2026, ele exaltou a grande quantidade no setor ofensivo de jogadores com poder de decisão e desequilíbrio.
“É uma geração que tem muita projeção. Temos, principalmente no setor de ataque, atletas com a característica de desequilíbrio pelo lado do campo. Isso é muito legal porque historicamente faz parte da cultura do futebol brasileiro. São atletas de velocidade, drible improviso. Estamos muito bem servidos nesse setor”, destacou o técnico, que também elogiou a qualidade dos nomes presentes na defesa e no meio-campo.
“No setor defensivo, temos atletas altos e rápidos, o que é importante, e laterais bastante ofensivos. Temos meio-campistas com muita técnica e capacidade de quebrar ritmo de jogo, de ter um jogo propositivo e de controle. Vejo a geração toda com muita projeção. É lógico que precisamos estar juntos, trazê-los para participar de jogos para poder formá-los não só para a categoria sub-17, mas para o futuro do futebol brasileiro”, explicou.
Dudu Patetuci conversa com João Gabriel Veneno durante treino na Granja ComaryCréditos: Rafael Ribeiro/CBF
Talento em todos os lugares
Na lista de 26 jogadores chamados, estão Eduardo Wozniak, do Avaí, João Lucas, do Fortaleza, Hygor Souza, do Goiás, e Khensane Mpusane, do Coritiba. O quarteto pertence a clubes de menor investimento e, devido a sua qualidade e ao bom trabalho de formação das equipes, chamou a atenção de Patetuci, que os convocou.
Dudu Patetuci dá instrução à Seleção Sub-17 durante treino na Granja ComaryCréditos: Rafael Ribeiro/CBF
O treinador deixou claro que o olhar da Seleção está voltado a todo o Brasil, afirmando que o “talento está em qualquer lugar”. Comentou apenas a tendência de ver atletas promissores se transferirem para times de maior poder aquisitivo quando estão perto de subirem para o profissional.
“Com certeza o talento está em qualquer lugar. O que acontece é que quando o atleta vai subindo e se aproximando do profissional, naturalmente os clubes de maior investimento vão fazendo parcerias, comprando e acaba que os atletas ficam mais presentes nos clubes de mais investimento”, disse.
“Quanto mais perto da iniciação a categoria for, maior a possibilidade de encontrarmos atletas nos clubes de menor investimento, como é o caso desta categoria. Estamos formando para a Sub-17, mas hoje eles são Sub-16. Vale ressaltar a possibilidade que a CBF nos proporciona de viajar, assistir aos jogos in loco e observá-los em nível nacional. A gente não fica restrito a uma região, buscamos os atletas no Brasil todo”, completou.
Dudu Patetuci durante jogo-treino com o Madureira Sub-17 na Granja ComaryCréditos: Rafael Ribeiro/CBF
Sul-Americano Sub-17
Até o próximo domingo (27), o técnico e sua comissão técnica realizarão a primeira fase de preparação para o Sul-Americano Sub-17 de 2026. Na quarta-feira (23), a equipe venceu o time Sub-17 do Madureira-RJ por 8 a 0, em jogo-treino. Ao todo, serão 11 dias de treinamentos e jogos-treino, período classificado como muito importante para a competição do ano que vem.
“Iniciar o processo de preparação para o Sul Americano de forma antecipada é muito importante, porque temos a possibilidade de observar uma quantidade maior de atletas e mais tempo para observar e trazê-los em períodos de preparação. Isso possibilita que consigamos estimular os conceitos e os comportamentos de jogo e realizar amistosos, para ver os atletas em jogo”, afirmou.
Dudu Patetuci exaltou o talento presente na geração 2009Créditos: Rafael Ribeiro/CBF
Dudu Patetuci, que em abril deste ano liderou a Seleção Sub-17 rumo ao título invicto do Sul-Americano, na Colômbia, explicou de que forma a experiência no torneio o ajuda a planejar a próxima edição.
“A experiência do último Sul-Americano é muito rica e nos ajuda bastante porque já entendemos como é jogar um Sul-Americano. É um torneio muito competitivo, com muitos duelos, confrontos um para um e jogos muito pesados. Na formação da equipe, a gente vai buscar os atletas que também têm esse perfil de competitividade, além de, logicamente, ter a técnica e a malemolência da cultura do futebol brasileiro”, concluiu.