Wendel na Seleção Olímpica: da Vila São Luiz ao gol com a Amarelinha

Wendel na Seleção Olímpica: da Vila São Luiz ao gol com a Amarelinha

Jogador do Sporting lembra dificuldades para chegar ao treino de ônibus: "às vezes não tinha o dinheiro da passagem"

Treinamento tático encerrou preparação no campo para o segundo jogo no Torneio Maurice Revello, antigo Torneio de Toulon. Treinamento tático encerrou preparação no campo para o segundo jogo no Torneio Maurice Revello, antigo Torneio de Toulon.
Créditos: Fernando Torres / CBF

Do passe que recebeu ao chute de direita na gaveta do goleiro guatemalteco para marcar o primeiro gol com a Amarelinha, foram dois metros em pouco mais de um segundo. Mas as métricas de Wendel nem sempre tiveram curtas distâncias e alta velocidade. Há menos de três anos, levava mais de uma hora para percorrer os 25 quilômetros da Vila São Luiz a Xerém, onde sonhava em se tornar jogador de futebol do Fluminense Footbal Club.

Hoje, o meia é uma das apostas do Sporting, de Portugal, e peça importante do grupo da Seleção Brasileira Olímpica, que enfrenta a França às 14h30 desta quarta-feira (5) pela segunda rodada do Torneio Maurice Revello.

Marcus Wendel Valle da Silva tem 21 anos e começou a desenvolver sua carreira no Tigres do Brasil, clube de Duque de Caxias, sua terra natal, na Baixada Fluminense. Despertou o interesse dos observadores das Laranjeiras e pegava ônibus todos os dias para Xerém, distrito caxiense em que está situado o CT da base tricolor. Nem sempre tinha certeza de que chegaria ao treino.

– Eu não ficava no CT porque minha família morava no mesmo município, mas era complicado porque às vezes não tinha o dinheiro da passagem. Agradeço muito aos meus familiares pela ajuda que recebi pro ônibus e outras coisas que eu precisava. Sem esse apoio eu não teria nem como tentar ser um jogador – lembra o jovem.

Em 2017, Wendel subiu aos profissionais do Fluminense e, logo, conquistou as arquibancadas com garra, qualidade no passe e cinco gols. Assumiu o posto de titular e aumentou ainda mais a identificação, que já era grande por ter sido revelado em Xerém, com a exigente torcida. O Sporting agiu rápido e o levou para Portugal.

– A minha adaptação na Europa foi complicada, no início, mas consegui continuar e estou me sentindo melhor, me dedicando, totalmente, às características da equipe para crescer com a camisa do Sporting. É um clube de muita tradição. Nosso trabalho vai trazer bons resultados para os torcedores – afirma.

Convocado pelo técnico André Jardine para a Seleção Olímpica, Wendel desembarcou na França e, mal desarrumou as malas, já balançou a rede. Na estreia dele com a Amarelinha e do Brasil no Torneio Maurice Revello 2019, marcou o terceiro na goleada por 4 a 0 sobre a Guatemala. Assim que a bola venceu o goleiro, sua timidez foi transformada em euforia.

– Não sabia se eu corria, pulava ou abraçava meus companheiros. Pensei na minha família, que sempre me ajudou tanto. Aí, na comemoração, fui correndo até a lateral da área e até dancei o Nego Ney, Nego Ney, Nego Ney – descreve o camisa 8 da Olímpica.

Torneio Maurice Revello

Após a vitória por 4 a 0 sobre a Guatemala, o Brasil lidera o Grupo B da competição, com 3 pontos e 4 gols de saldo. A França, que venceu o Catar por 2 a 0, tem a mesma pontuação, mas fica atrás pelo critério de desempate. Nesta quarta (5), a Seleção Brasileira Olímpica enfrenta os franceses às 19h30 (Horário Local). A ESPN Brasil transmite a partida às 14h30 pelo Horário de Brasília.

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