Baú da Seleção: Romário Leiria exibe lembranças do Sul-Americano e Mundial Sub-20 e conta histórias vividas com Neymar e companhia

Baú da Seleção: Romário Leiria exibe lembranças do Sul-Americano e Mundial Sub-20 e conta histórias vividas com Neymar e companhia

Zagueiro mostra camisas, medalhas e até brinquedos que guarda com carinho nove anos depois da passagem pela Seleção. Atleta fala ainda da forte geração de 2011, da parceria de Neymar com o grupo e relembra história divertida envolvendo o atacante Henrique Almeida na concentração

Romário Leiria exibe a camisa utilizada por ele no Pan-Americano de 2011 Romário Leiria exibe a camisa utilizada por ele no Pan-Americano de 2011
Créditos: Arquivo pessoal

A geração Sub-20 de 2011 é considerada uma das melhores da história da Seleção Brasileira. A garotada conquistou o Sul-Americano e o Mundial da categoria nove anos atrás. E se muita gente gosta de lembrar até hoje das glórias alcançadas pela safra que revelou nomes como Danilo, Alex Sandro, Casemiro, Oscar, Lucas Moura, William José, Philippe Coutinho e Neymar, imagine como é para quem viveu tudo aquilo... Este é o caso de Romário Leiria. 

O então jovem zagueiro do Internacional estava lá e adora relembrar este fato. O campeão sul-americano e mundial pela equipe Sub-20 do Brasil conversou com a equipe do site da CBF e revelou-se um personagem perfeito para o Baú da Seleção. Além da memória, Romário guardou muitas lembranças físicas do período, como camisas, medalhas e até brinquedos que ajudaram o grupo a passar o tempo na concentração e tirar o clima de tensão entre um jogo ou outro no disputado Sul-Americano.    

– São recordações para vida toda. Aconteceu e não vai voltar. Vou lembrar daquilo no futuro com a família, vou mostrar para o meu pequeno quando ele for maior, explicar por onde o pai passou... E tenho recordação de todos os passos que tive pela Seleção, pelo menos uma lembrança de todos os campeonatos que disputei, até meião eu tenho guardado. Dei poucas coisas para as pessoas mais próximas, mas todo o resto ficou comigo. E vai continuar aqui (risos) – declara o defensor.

Romário exibe as medalhas de campeão mundial e de campeão sul-americano sub-20, ambos os títulos conquistados no ano de 2011 com a Seleção Romário exibe as medalhas de campeão mundial e de campeão sul-americano sub-20, ambos os títulos conquistados no ano de 2011 com a Seleção
Créditos: Arquivo Pessoal

Dois objetos guardados no Baú de Romário Leiria chamam atenção: um carro e um helicóptero de controle remoto. O zagueiro conta que praticamente todos os jogadores compraram os brinquedos num dia de folga e lembra de uma passagem engraçada envolvendo o atacante Henrique Almeida. 

– Eu me lembro que comprei um carrinho e um helicóptero. O Henrique Almeida comprou um helicóptero também. E não é tão fácil de controlar. A gente estava em um espaço grande atrás do hotel e todo mundo estava brincando. E o Henrique não conseguia fazer o helicóptero subir de jeito nenhum. Depois de muito tempo, ele conseguiu levantar voo e ficou todo feliz. O problema é que pouco depois, do nada, o helicóptero começou a ir longe e subir muito. Foi aí que ele veio com tudo e caiu em cima do telhado do hotel. E o Henrique nunca mais conseguiu buscá-lo. Todo mundo brincando, encarnando nele, e ele triste por ter perdido o brinquedo que tinha acabado de comprar. Mas depois ele brincou com os carrinhos dos outros e ficou tudo certo – relembra, entre algumas risadas.

Zagueiro exibe o helicóptero e carrinho de controle remoto que, nove anos depois, guarda como recordação da passagem pela Seleção Brasileira Zagueiro exibe o helicóptero e carrinho de controle remoto que, nove anos depois, guarda como recordação da passagem pela Seleção Brasileira
Créditos: Arquivo Pessoal

A campanha da Seleção Brasileira Sub-20 no Sul-Americano do Peru é muito marcante. Na primeira fase, o Brasil passou invicto e na liderança do Grupo B, com três vitórias, 4 a 2 no Paraguai, 3 a 1 na Colômbia e 1 a 0 no Equador, além do empate em 1 a 1 com a Bolívia. Na fase final, após triunfos por 5 a 1 sobre o Chile, 2 a 0 na Colômbia, 1 a 0 sobre o Equador, e a derrota para a Argentina por 2 a 1, a última rodada reservou um confronto com cara de decisão diante do Uruguai, que chegou na frente do Brasil na tabela e precisando apenas de um empate para ser campeão. Mas a garotada da Canarinho brilhou e aplicou um sonoro 6 a 0 sobre o time celeste. Romário Leiria exalta a força do grupo e destaca a boa relação entre todos. 

– Era um timaço, com grandes jogadores e que, apesar de ainda estarem na base, já viviam grande momento em seus clubes. E aquele Sul-Americano foi importante demais. Tive a felicidade de disputar alguns jogos, lembro muito da minha estreia contra a Argentina, quando saí do banco após a expulsão do Juan Jesus, logo no comecinho do jogo... E entrei frio, sem esperar muito, na pressão de um clássico, mas fui muito bem. É um jogo que me marcou demais. O grupo era muito forte, unido e era um ambiente muito legal. O professor Ney Franco e toda a comissão nos deixavam muito tranquilos. Isso foi deixando o clima mais leve. O Neymar já era um jogador fora da realidade da base e era um dos mais gente boa e brincalhões do grupo. Ele, Alan Patrick, Casemiro, Oscar... Era muito saudável. Ninguém tinha vaidade, todo mundo se dava bem. Isso fez a gente ficar forte para buscarmos aquele título – acrescenta.

Romário exibe a camisa usada no título do Sul-Americano do Peru, em 2011 Romário exibe a camisa usada no título do Sul-Americano do Peru, em 2011
Créditos: Arquivo Pessoal

Além da Seleção Sub-20, Romário também defendeu a equipe Sub-17 do Brasil e disputou o Mundial da categoria na Nigéria, em 2009, e a Copa Sendai no Japão, no mesmo ano, ficando com o título desta última. Mas se a Copa do Mundo não veio na categoria Sub-17, ela não escapou dois anos depois na Sub-20. Ao lado de Philippe Coutinho, Danilo, Alex Sandro, Oscar e companhia, o zagueiro fez parte da campanha na Colômbia que teve empate em 1 a 1 com o Egito e vitórias sobre Áustria, por 3 a 0, e Panamá, por 4 a  0 na Fase de Grupos. No mata-mata, a garotada da Amarelinha superou Arábia Saudita nas oitavas, 3 a 0, Espanha nas quartas, empate em 2 a 2 e triunfo nos pênaltis por 4 a 2, México na semi, 2 a 0, e Portugal na grande decisão, por 3 a 2. Para Romário Leiria, este é o grande título da sua carreira. 

– No momento em que acontece a gente nem acredita. Não cai a ficha direito. Quando fomos campeões, éramos mais jovens, eu estava naquela transição de base para profissional e já era campeão mundial. Foi a realização de um sonho. Está marcado na minha história e no currículo como jogador de futebol. Muitos passam na base do Brasil, mas nem sempre com títulos importantes. Tenho muitas lembranças daquele Mundial Sub-20 e sei que elas são para o resto da vida. Além das camisas, a medalha e as fotos, às vezes entro no YouTube e vejo vídeos da época, com entrevistas, treinamentos durante a preparação na Granja Comary... Dá muita saudade. Foi um momento maravilhoso – finalizou.   

Defensor considera que a conquista do Mundial Sub-20 de 2011, onde utilizou esta camisa, é a mais marcante da sua carreira Defensor considera que a conquista do Mundial Sub-20 de 2011, onde utilizou esta camisa, é a mais marcante da sua carreira
Créditos: Arquivo Pessoal

Além das competições citadas acima, Romário ainda defendeu a Seleção na Copa Internacional do Mediterrâneo Sub-18 2011, conquistada de maneira invicta pela equipe com triunfo sobre o México na decisão, e disputou os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara naquele mesmo ano. Nesta temporada 2020, o zagueiro está no Veranópolis-RS.  

Através de depoimentos, objetos e lembranças compartilhados pelos próprios atletas, o site da CBF relembra conquistas das Seleções Masculinas e Femininas, de base e profissional, através do Baú da Seleção. Toda terça-feira algum personagem que brilhou com camisa Amarelinha aparece por aqui com alguma história inédita. Continue ligado!

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