Baú da Seleção: Campeão mundial Sub-20, goleiro Gabriel Vasconcelos relembra conquista com carinho

Baú da Seleção: Campeão mundial Sub-20, goleiro Gabriel Vasconcelos relembra conquista com carinho

Camisa 1 exalta grande atuação contra a Espanha, recorda a primeira convocação para a Seleção Principal e guarda as lembranças físicas das conquistas

Gabriel Vasconcelos mostra camisa usada no Mundial Sub-20 em 2011 Gabriel Vasconcelos mostra camisa usada no Mundial Sub-20 em 2011
Créditos: Arquivo Pessoal

A geração campeã da Copa do Mundo Sub-20 de 2011 revelou grandes nomes do nosso futebol. O time que venceu o Sul-Americano da categoria no mesmo ano marcou a história conquistando o pentacampeonato mundial no torneio disputado na Colômbia. Naquela ocasião, a Canarinho foi representada por diversos jovens craques. No entanto, o camisa 1 ganhou notoriedade após defesas memoráveis. Nosso personagem em questão é Gabriel Vasconcelos, goleiro que possui no currículo diversos títulos e uma medalha olímpica.

Os objetos guardados têm imenso valor emocional para Gabriel. Na sua coleção estão luvas, camisas e medalhas, mas sem dúvidas existem as peças favoritas. Um fato curioso revelado pelo atleta é o paradeiro da sua medalha de prata conquistada nos Jogos Olímpicos de Londres em 2012. A equipe do site da CBF conversou com jogador e ele pôde recordar o passado para o Baú da Seleção.

"A Olimpíada de Londres foi uma experiência maravilhosa, acho que todo atleta sonha um dia poder participar dos Jogos Olímpicos e eu tive essa honra. Porém, a medalha está com a minha mãe. Ela é muito coruja e tem o prazer de estar com a medalha, por isso eu deixei. Eu também tenho a camisa da minha primeira convocação para a Seleção Sub-18, quando nós fomos jogar um torneio na África do Sul. Outro objeto que eu guardo com muito carinho é a camisa da final do mundial, quando fomos campeões ao vencer Portugal por 3 a 2", revelou Gabriel.

A conquista do Mundial Sub-20, em especial, foi muito importante para Gabriel. Nas quartas de final do torneio, o Brasil enfrentou a Espanha, que estava em sua maior fase de vitórias com a implementação do famoso “tiki-taka” no seu estilo de jogo. Após uma partida muito disputada no tempo normal e na prorrogação, o duelo foi para a disputa de pênaltis. E foi neste momento que a estrela do camisa 1 brilhou mais forte, com duas defesas que deram a vaga para a Seleção.

"O Mundial Sub-20 foi um torneio maravilhoso, porque todos nós éramos jovens, e enfrentamos os melhores atletas - da nossa idade - de diferentes seleções de todo o mundo. Lembro que a Seleção Brasileira sofreu bastante com o estilo de jogo espanhol de posse de bola, de dominar o adversário. Foi um duelo bastante complicado, onde conseguíamos decidir em jogadas individuais. O Brasil sempre teve a característica de ter muito jogadores com qualidade e decisivos, e naquela Seleção tínhamos o Dudu, o Philippe Coutinho, entre outros, que possuíam este fator essencial. Nós levamos o jogo para os pênaltis e eu tive a felicidade de defender duas cobranças. São memórias marcantes que eu vou carregar para o resto da vida", contou o camisa 1.

Objeto de orgulho para Gabriel Objeto de orgulho para Gabriel
Créditos: Arquivo Pessoal

A primeira convocação para Seleção Principal aconteceu quando o jogador ainda atuava na base do Cruzeiro. O atleta estava convocado para a Seleção Sub-20 que iria disputar um torneio no Japão, quando recebeu a notícia de que o técnico da Seleção Principal, Mano Menezes, o havia chamado. O episódio é relembrado com graça por Gabriel, que achou inusitada a possibilidade de uma história parecida acontecer novamente.

"O Gomes se lesionou e o Mano decidiu convocar o goleiro da Seleção Sub-20, que era eu. Foi surpreendente e até engraçado, porque eu fui chamado para a Seleção Principal sem estar no time principal do Cruzeiro. Foi uma situação muito atípica e de muita felicidade, porque todo mundo ficou sem entender", declarou Gabriel.

O início da trajetória de Gabriel no futebol, porém, não foi dos mais fáceis. A glórias e conquistas viriam após muito suor e trabalho. Natural do pequeno município de Unaí, no interior do estado de Minas Gerais, o atleta pensou em desistir do sonho de jogar bola após trocar as quadras pelos gramados de futebol. Gabriel sentiu-se frustrado com o caminho que sua jornada seguia. Foi neste momento de indecisão que a mãe não permitiu que o filho desistisse.

"Eu não tive uma infância fácil, mas graças a Deus a minha mãe estava comigo. Quando eu entrei no Cruzeiro, aos 13 anos, era o sexto goleiro. Foi bastante frustrante, porque eu fiz toda a minha formação no futsal. Quando eu fui para o campo tive dificuldades, porque os movimentos eram diferentes. Eu tive um treinador de goleiro que era bastante duro comigo, parecia até que era uma coisa pessoal. Eu ligava para a minha mãe e falava: 'Mãe, ele só está me xingando e eu recebo críticas'. Minha mãe respondia: 'Filho, se é isso que você quer, aguenta firme e vai em busca dos seus sonhos e dos seus objetivos'. Eu continuei e fui subindo até ser o goleiro titular na época do juvenil, podendo fazer com que a minha história começasse", relatou com emoção.

Hoje, Gabriel está no Lecce e tem sólida carreira na Itália, passando por grandes clubes no país. Durante o Mundial Sub-20 em 2011 chegaram as primeiras propostas para o futebol europeu. Olheiros do Milan, que atuavam no campeonato, se encantaram com as defesas do jovem goleiro e o indicaram para diretoria do clube. Gabriel Vasconcelos fala com carinho dos momentos vividos na Seleção, e afirma que as vitórias com a Amarelinha foram fundamentais para a consolidação do seu trabalho.

"A palavra 'Seleção' é marcante e especial para mim. Eu acredito que para todos os atletas brasileiros, pois o carinho é muito grande. Eu lembro da primeira convocação, da sensação inexplicável após vestir a camisa da Seleção, e logo depois veio a Granja Comary com as resenhas, todos estes momentos são maravilhosos e experiências marcantes na minha vida. A Seleção teve papel fundamental na minha carreira. Ela é fantástica, é um objetivo, um sonho de todo menino. Quem chega na Seleção tem que se sentir muito honrado e valorizado, porque é muito difícil. O Brasil sempre teve muito talento e qualidade nos seus atletas, então os que chegam são vencedores", afirmou Gabriel Vasconcelos.

Através de depoimentos, objetos e lembranças compartilhados pelos próprios atletas, o site da CBF relembra conquistas das Seleções Masculinas e Femininas, de base e profissional, através do Baú da Seleção. Toda terça-feira algum personagem que brilhou com camisa Amarelinha aparece por aqui com alguma história inédita. Continue ligado!

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