Daiane: 19 anos e muita história no futebol

Daiane: 19 anos e muita história no futebol

Com 23 irmãos, jogadora saiu de casa aos 17 anos para atuar pelo Kindermann (SC), passou pelo Tiradentes (PI) até chegar ao Rio Preto e ser campeã paulista

Daiane é a camisa 4 da Seleção Brasileira Sub-20 na Copa do Mundo da PNG Daiane é a camisa 4 da Seleção Brasileira Sub-20 na Copa do Mundo da PNG
Créditos: CBF

A dupla de zaga da Seleção Brasileira Feminina Sub-20 que disputa a Copa do Mundo não foi titular na conquista do Sul-Americano de 2015. Giovanna estava no grupo, mas jogou apenas alguns minutos, e Daiane não foi convocada para a competição.

No futebol, a trajetória da zagueira, que nasceu em Londrina (PR), mas considera sua cidade natal Uberlândia (MG), começou aos 14 anos, na rua de casa. Seus pais, José Carlos e Edileuza, tiveram 23 filhos e não tinham condições de levar Daiane para fazer testes em clubes. Até que um vizinho a levou para uma escolinha, e o treinador a indicou para jogar no Kindermann, de Santa Catarina.

Era a primeira vez da menina fora de casa, aos 17 anos, em 2014, e foi difícil ficar longe de todos os irmãos. No clube de Santa Catarina, conheceu Andressinha e Camilinha, que disputaram os Jogos Olímpicos Rio 2016 e, segundo Daiane, a dupla foi essencial pra que ela continuasse na equipe. No ano seguinte, no Campeonato Brasileiro pelo Tiradentes (PI), a mineira não podia imaginar o que a esperava: as duas foram draftadas para atuar na segunda fase pela equipe piauiense.

– O Tiradentes era um clube desconhecido para as meninas da Seleção, e acho que elas não queriam ir para lá. Mas quando elas chegaram fora muito bem recebidas. Eu fiquei muito feliz de reencontrar com elas, porque elas foram muito importantes no meu início no Kindermann, me contaram as histórias dela para me dar apoio. A gente conseguiu chegar até a semifinal. Foi histórico para o clube – contou a zagueira. 

Nesta semifinal, contra o São José, o Tiradentes perdeu por 5 a 0. Entretanto, apesar da derrota, no dia seguinte, Daiane recebeu uma ligação importante: Doroteia, responsável pelo Rio Preto, a convidou para atuar pela equipe paulista em 2016. Pelo clube, a zagueira foi vice-campeã brasileira e campeã paulista. 

Paralelo à disputa do Brasileiro, em 2015, Daiane teve sua primeira oportunidade na Seleção Brasileira Sub-20. Havia apenas duas semanas que ela tinha começado a atuar como zagueira, e não conseguiu fazer um bom papel nos treinamentos. A segunda chance foi neste ano, na primeira etapa de treinamento.

– Na primeira vez eu estava muito nervosa. Não fui bem. Tinha pouco tempo como zagueira, atuava como meia e lateral. Me senti pressionada, mas queria muito voltar à Seleção. Era meu sonho. Então quando eu voltei, fiz o meu melhor. Já tinha mais experiência, já tinha um ano na posição, disputado alguns campeonatos, mas eu não imaginava que seria titular na Copa do Mundo.

Para o terceiro jogo no Mundial, contra a Suécia, que definirá a classificação da Seleção Brasileira, Daiane não contará com sua dupla de zaga Giovanna – cumprirá suspensão após a expulsão na última partida. Apesar disso, a zagueira está confiante no bom resultado de sua equipe.

– Claro que a Gi vai fazer falta, como qualquer outra jogadora faria, mas dependemos só da gente, e as meninas que estão no banco estão preparadas. Tenho certeza que o Doriva confia nelas pois ele não trouxe ninguém para passear ou esquentar banco. Quem entrar vai fazer um bom trabalho, e eu vou ajudar, conversar, orientar, passar confiança. Além disso é marcar ali atrás e correr – conclui.

A partida decisiva é domingo (20), às 19h (7h de Brasília). Já que a Coreia do Norte está classificada, e a Papua-Nova Guiné não tem mais chance, a segunda vaga das quartas de final do Grupo A será definida entre Brasil e Suécia. A Seleção tem a vantagem do empate pois tem sete gols de saldo contra quatro das suecas.

PATROCINADORES

Seleção Brasileira Nike Guaraná Antartica Vivo Itaú Neoenergia Mastercard Gol Cimed Pague Menos TCL Semo Technogym Core Laser Mectronic Kin Analytics