50 anos do Tri: Félix e a defesa que também mereceu a eternidade

50 anos do Tri: Félix e a defesa que também mereceu a eternidade

Minutos antes da intervenção icônica de Gordon Banks, o goleiro brasileiro fez uma defesa ainda mais importante, que garantiria a vitória da Seleção

Félix Félix
Créditos: Divulgação

A série "50 anos do Tri" relembra, em crônicas e reportagens, a conquista da Copa do Mundo de 1970 pela Seleção Brasileira. Serão várias publicações ao longo do mês de junho, que marca o aniversário do terceiro título mundial do Brasil.

Os ingleses costumam usar o termo "clean sheet" para falar sobre a partida em que uma defesa não é vazada. Na Copa do Mundo de 1970, o duelo entre Brasil e Inglaterra terminou em vitória por 1 a 0 para a Seleção Brasileira. O confronto reunia os dois últimos campeões mundiais e era tomado por grande expectativa. Mas, se não fosse Félix, a Canarinho certamente não conseguiria o seu "clean sheet".

Quando o jogo ainda estava empatado em 0 a 0, Francis Lee recebeu cruzamento preciso da direita. De cabeça, finalizou forte contra a meta brasileira. Em um puro golpe de reflexo, Félix interveio e espalmou. Na sobra, o goleiro brasileiro ainda mostrou pronta recuperação, agarrou firme a bola e sofreu falta do adversário inglês.

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Mas naquele ponto, o estádio Jalisco só se lembrava de uma outra defesa. Logo no ínício da partida, Jairzinho fez grande jogada pela ponta direita e cruzou para a área. Pelé subiu muito e, como estava acostumado a fazer, testou firme para o chão. A bola quicou, ganhou velocidade e os torcedores presentes já se preparavam para comemorar o gol do Rei. Foi então que Gordon Banks se atirou e fez aquela que é considerada por muitos a maior defesa da história do futebol.

Apesar da plasticidade da defesa de Banks, a verdade é que tanto ele quanto a de Félix garantiram o mesmo 0 a 0 ao fim do primeiro tempo. A diferença é que, na segunda etapa, foi o brasileiro quem sorriu mais. Aos 14 minutos, após grande combinação entre Tostão e Pelé, Jairzinho recebeu com espaço dentro da área inglesa. Com o pé direito, fuzilou a meta de Gordon Banks, que nada pôde fazer.

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Félix ainda mostraria que, além de bom posicionamento e reflexo apurado, podia contar com mais sorte que Banks. No momento de maior pressão da Inglaterra, a bola sobrou limpa na área para o atacante Alan Ball, que tirou do goleiro brasileiro. Sem ter o que fazer, Félix apenas observou a bola beijar o travessão antes de se perder pelo céu do Jalisco.

Por ser tão bela e tão improvável, a defesa de Gordon Banks ganhou os jornais do mundo todo à época. Mas, ao olhar para o resultado e a equipe que saiu com o título da Copa do Mundo, talvez fosse o momento de Félix que merecesse, também, a eternidade.

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