Nesta quarta-feira (19), o Kashima Antlers vai reencontrar o Real Madrid pelo Mundial de Clubes. Após fazer história ao chegar à final em 2016 e quase superar o time espanhol, a equipe japonesa busca uma vaga na decisão a partir das 14h30 (de Brasília), no Estádio Xeique Zayed, em Abu Dhabi, Emirados Árabes. Quem passar, encara o Al Ain, que eliminou o River Plate, nos pênaltis.

Há dois anos, o Kashima chegou a abrir vantagem na final contra o Real, mas não conseguiu segurar a pressão durante a prorrogação e acabou derrotado por 4 a 2. Único brasileiro em campo pelo time japonês naquele dia histórico, o atacante Fabrício falou ao site da CBF e lembra com carinho da partida.

– Foi uma partida incrível. Naquele dia, falamos que iríamos jogar pelas nossas vidas. Nos concentramos muito para o jogo. Estávamos muito focados e treinados. Foi por pouco. Eles tinham o Cristiano e isso mudou a história, mas saímos orgulhosos do trabalho feito diante de uma das melhores equipes do mundo – disse o jogador, que hoje defende o Urawa Reds, também do Japão.

Este ano, o Kashima conta com mais um brasileiro que pode ser decisivo diante dos merengues: o meia Serginho. Para ele, o time japonês chega motivado após passar pelo Chivas Guadalajara e, mesmo sabendo da qualidade do rival, tem totais condições de avançar à final.

– A equipe chega muito bem, porque conseguimos a vitória no primeiro jogo. Já tiramos a ansiedade de estreia. Sabemos que vai ser um jogo muito difícil, mas estamos todos focados. Tudo pode acontecer. Podemos fazer história, chegar lá e ganhar do Real Madrid, que é o melhor time do mundo. Mesmo sem o Cristiano Ronaldo, tem muitas estrelas no time, jogadores que podem decidir a qualquer momento. Então vamos fazer nosso jogo e se aplicar ao máximo para tentar sair com a vaga na final. Vai ser um belo jogo – disse o jogador, em entrevista ao site da CBF.

Hoje defendendo outro clube japonês, Fabrício analisou o confronto desta tarde e acredita que o Kashima pode, sim, quebrar o favoritismo do Real Madrid.

– O Kashima tem uma equipe muito bem treinada. Jogamos contra recentemente pela Copa do Imperador, vencemos, fomos campeões depois, mas foi uma partida muito difícil. O Kashima tem um ataque forte e o Real não vem em um bom momento. No futebol tudo pode acontecer. Não dá pra cravar vitória dos espanhóis. Está em aberto – disse o atacante.

Em sua segunda passagem pelo futebol japonês, Fabrício também comentou sobre o desenvolvimento da modalidade no país e sobre como os brasileiros estão contribuindo neste processo.

– Sinto que o futebol japonês tem evoluído em vários pontos. Falar de tática e técnica é chover no molhado. Eles sempre buscam o que há de melhor em cada escola. Para ser sincero, consigo enxergar o trabalho do brasileiro principalmente no relacionamento do dia a dia. O bom humor, o jeito acolhedor e feliz de viver tem sido passado aos japoneses, e isso faz com que o clima no grupo fique mais leve e o trabalho se desenvolva melhor. Eles estão descobrindo também a alegria de jogar bola – finalizou o jogador.