Dedé e a força de vontade que move o Cruzeiro

Dedé e a força de vontade que move o Cruzeiro

Zagueiro passou por sequência de lesões nas últimas três temporadas, mas vive grande ano pelo Cruzeiro

Primeiro jogo da final da Copa do Brasil 2018 no Mineirão - Cruzeiro 1 x 0 Corinthians - Dedé Primeiro jogo da final da Copa do Brasil 2018 no Mineirão - Cruzeiro 1 x 0 Corinthians - Dedé
Créditos: Daniel Teobaldo /Staff Images

Há pouco mais de um ano, o Cruzeiro subia ao gramado do Mineirão para a final da Copa do Brasil, contra o Flamengo. Da tribuna destinada aos atletas que não puderam jogar, Dedé assistia a tudo com um sentimento misto no coração. Campeão, o zagueiro não esteve em campo por conta de uma lesão no joelho. Mas quis o destino que, no ano seguinte, ele pudesse se sentir novamente completo. Nesta quarta-feira, será titular no jogo que decide o título da Copa do Brasil contra o Corinthians, uma espécie de vitória pessoal para ele.

Não foi fácil para Dedé superar toda a adversidade de uma sequência cruel de lesões. Foram três anos, de 2015 a 2017, tentando encarar a vida com positividade. Apesar de precisar de ajuda para entrar no carro, de subir escadas de muleta, de passar dias e mais dias inteiros fazendo fisioterapia. Um processo que só intensificou a relação do zagueiro com o Cruzeiro.

- O meu coração é azul completamente. Mas não falo de conquistas, de futebol, de jogos bons ou ruins. Mas de uma família que se criou aqui, pela forma com que me tratam. Eu digo lá em casa: quando eu vou para Volta Redonda, que é minha cidade natal, é sempre bom estar com a família. Mas quando eu venho para cá também me sinto em casa, com a minha família - concluiu.

"Meu coração é azul completamente"

Bicampeão brasileiro com o Cruzeiro em 2013 e 2014, Dedé teve uma sequência de contusões nos dois joelhos nos três anos seguintes. Em 2016, não entrou em campo uma única vez. A última lesão veio no começo do ano passado. Um edema ósseo no joelho esquerdo, que ainda não havia sido operado, tirou o zagueiro de combate por 272 dias.

O retorno foi no Campeonato Mineiro, em jogo contra o Boa Esporte. E desde então, a maré mudou para Dedé. Firme como costuma ser dentro de campo, o zagueiro recuperou espaço no time, voltou a jogar em alto nível e hoje é um dos dois finalistas ao prêmio de Craque da Copa do Brasil (o concorrente é Jadson, do Corinthians).

"Estou coroando (o retorno) com essa final de Copa do Brasil"

- Isso é muito significativo para mim. Estou feliz demais com tudo que vem acontecendo, desde quando eu saí da cirurgia, já me sentindo super bem. Estou coroando com essa final de Copa do Brasil, podendo ser campeão - disse, em entrevista exclusiva ao site da CBF.

O destaque foi tanto que chamou a atenção até mesmo do técnico da Seleção Brasileira. Tite relacionou o zagueiro para a pré-lista da Copa do Mundo, e o citou em coletiva como exemplo de superação. Se não conseguiu levá-lo para o Mundial, o técnico da Seleção Brasileira tratou de lembrá-lo nos primeiros amistosos após a Copa da Rússia.

Para o zagueiro, tudo isso só foi possível graças à sua força mental, além, é claro, da ajuda do Cruzeiro e da torcida. Enquanto recebia incentivo dos cruzeirenses nas redes sociais, Dedé também recebeu seguidos votos de confiança da diretoria.

- Os primeiros momentos da lesão são difíceis, você pensa muita coisa, não sabe como vai retornar. O cuidado do Cruzeiro comigo foi fundamental. Não só pelo tratamento, mas em questões pessoais, sempre me deram muita confiança. Acreditaram que eu ia retornar para ajudar. O torcedor acreditando sempre, pedindo para eu voltar, isso me animava ainda mais - revelou.

Contratado durante a temporada de 2013, Dedé viveu de tudo um pouco nesses cinco anos de Cruzeiro. A euforia das conquistas, a tristeza das derrotas e a solidão das lesões. Mas desistir nunca foi uma opção para ele. Se sobrou fé do Cruzeiro e dos cruzeirenses, nunca faltou força de vontade para o Mito. É exatamente esse espírito que o time tenta levar para campo na final desta quarta-feira.

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