PVC lembra momentos marcantes do Palmeiras no Morumbi

PVC lembra momentos marcantes do Palmeiras no Morumbi

PVC também recorda dos tempos que o Morumbi era conhecido como o “Palco dos Clássicos”. Alviverde volta a ser mandante no estádio depois de 13 anos e recebe o Santos, às 16h, no domingo

Vanderlei Luxemburgo orienta jogadores do Palmeiras na final do Campeonato Paulista de 1993 no Estádio do Morumbi Vanderlei Luxemburgo orienta jogadores do Palmeiras na final do Campeonato Paulista de 1993 no Estádio do Morumbi
Créditos: Ricardo Correa

O estádio do Morumbi guarda grandes momentos da história do Palmeiras. O palco, que já recebeu vários clássicos e decisões do Alviverde, voltará a receber um jogo do clube como mandante neste domingo, no confronto com o Santos, pelo Brasileirão Assaí 2020. Essa será a primeira vez desde 2007 que o Palmeiras atua no Morumbi como dono da casa. Na ocasião, o Verdão derrotou o Corinthians pelo Campeonato Paulista daquele ano.

Teve goleiro sendo canonizado, um Animal inspirado, grandes duelos nas arquibancadas... História não falta para contar nessa relação intensa entre o Palmeiras e o Morumbi. Para ajudar a lembrar algumas delas, o site da CBF conversou com o jornalista Paulo Vinícius Coelho, que destacou algumas passagens mais recentes do Alviverde no estádio.

Dérbis na Libertadores


Na Libertadores de 1999, o Palmeiras enfrentou o Corinthians nas quartas de final. Na época, os times paulistas tinham o costume de jogar os clássicos no Morumbi, por ser maior e permitir a divisão igual entre as torcidas. O Verdão ganhou o jogo de ida por 2 a 0, com gols de Oséas e Rogério, mas acabou perdendo o Dérbi da volta pelo mesmo placar, forçando a decisão por pênaltis. Aquela foi a primeira vez que o Palmeiras eliminou o rival na competição. Além de toda a atmosfera de um clássico e da Libertadores, o jogo ainda marcou a idolatria de Marcos. Ou melhor, São Marcos, como ficaria conhecido depois daquele dia.

“Na Libertadores de 1999, nos pênaltis das quartas de final, contra o Corinthians, o goleiro Marcos foi chamado de “São Marcos” pela primeira vez. Ele fez quatro ou cinco defesas absurdas, que a torcida considerou como milagrosas. E foi ali que ele foi santificado de vez”, recordou o comentarista.

No ano seguinte, Palmeiras e Corinthians se enfrentaram de novo na Libertadores. Mais uma vez, o “Morumba” foi o palco do duelo. Agora, o encontro dos rivais daria uma vaga na final da competição. No jogo de ida, o Timão saiu na frente vencendo por 4 a 3. Mas o Alviverde compensou a desvantagem e ganhou por 3 a 2 levando, novamente, a decisão para as penalidades máximas. 

Na marca da cal, o santo operou novos milagres. O mais marcante deles foi na cobrança de Marcelinho Carioca, especialista em bolas paradas do Timão. A defesa garantiu a classificação do Palmeiras e a festa da torcida no Morumbi. Apesar da campanha de 1999 ter rendido o título de campeão da Libertadores para o Palmeiras, Paulo Vinícius Coelho acredita que o Dérbi de 2000 foi o mais marcante e traz uma “história deliciosa” por trás da defesa de Marcos.

“O Carlos Pracidelli, preparador de goleiros, indicava o canto que ele tinha que saltar e ele sempre saltava no outro. Aí o preparador ficava bravo dizendo que o Marcos tinha que bater no local em que ele indicava. Mas o Marcos respondia: ‘ele sabe que eu sei onde ele vai bater, então vai mudar de canto’. O único canto em que ele saltou como o Carlos Pracidelli recomendou foi o canto que o Marcelinho Carioca bateu e ele defendeu. O time do Corinthians era muito melhor que o do Palmeiras em 2000. E mesmo assim o Palmeiras venceu com o Marcos defendendo aquela cobrança de pênalti do Marcelinho Carioca”, contou PVC.

Marcelinho Carioca cobrando o pênalti defendido por Marcos Palmeiras x Corinthians na semifinal da Copa Libertadores 2000
Créditos: Juca Varella

O Animal no Morumbi


O Morumbi também foi cenário de confrontos emblemáticos entre Palmeiras e Corinthians pelo campeonato estadual. Em 1993, o Palmeiras, comandado por Vanderlei Luxemburgo, carregava o peso de estar há 16 anos sem ganhar nenhuma competição. Essa contagem não poderia se encerrar de maneira melhor: em cima do rival e com goleada. No jogo de ida, o Alviverde perdeu de 1 a 0, mas acalmou o torcedor com os 4 a 0 no placar da volta.

Mais cedo, naquela mesma competição, o Palmeiras vencera o Corinthians por 2 a 0, também no Morumbi. A partida marcou um dos primeiros grandes capítulos da história de Edmundo no clube. O atacante havia acabado de chegar ao Porco e fez o primeiro gol da vitória. 14 anos depois, no clássico que teve o Palmeiras como mandante no Morumbi pela última vez, o Verdão também derrotou o Alvinegro, mais uma vez com a marca do Animal, que não só balançou as redes, como o fez em um estilo muito parecido com aquele de 93.

“O primeiro clássico dele contra o Corinthians foi um 2 a 0 em 93, no Morumbi. Uma bola cruzada na direita, ele bate de sem pulo. E esse de 2007, ele faz dois gols e um deles é muito parecido com esse de 93. Também é uma bola que vem da direita e ele bate sem pulo, mas a bola veio um pouco mais fraca. Ele bate bem na bola, com menos força. Era realmente o Edmundo mais velho, 14 anos mais velho,” brincou.

Fim do jejum no Choque-Rei


Não foi só como mandante que o Palmeiras viveu bons momentos no Morumbi. Recentemente, o torcedor comemorou muito uma vitória em especial no estádio. Foi em 2018, pelo Brasileirão, que o Porco encerrou um jejum de 16 anos sem derrotar o São Paulo dentro do Cícero Pompeu de Toledo. Como se não bastasse o fim de uma marca que incomodava a torcida no Choque-Rei, a vitória ainda isolou o Palmeiras na liderança da competição, que terminaria com título do Verdão.

PVC analisou a pressão da torcida Alviverde neste jejum como uma consequência dos novos tempos dos times de futebol. Com cada um possuindo seu próprio estádio, a atmosfera de mandante e visitante se torna um fator extra na rivalidade entre os clubes.

“O jogo contra o São Paulo foi importante porque o Palmeiras ficou 16 anos sem ganhar do São Paulo dentro do Morumbi. É uma época diferente dos clássicos já, época de clássico ‘cada um na sua casa’. Tem essa diferença clara. O Palmeiras não ganhava do São Paulo no Morumbi nem como mandante nem como visitante, e isso foi indo em 2003, 2004, 2005.. depois passou a jogar só no Parque Antártica, Allianz Parque, Pacaembu. E aí consegue essa vitória depois de um longo tempo de espera. É outra atmosfera, um jogo de torcida única, ali tinha um peso muito grande de voltar a ganhar do São Paulo, na casa do São Paulo. Isso era muito forte, para muitos  palmeirenses, esse tabu incomodou muito,” contou.

Palmeiras venceu o São Paulo por 2 a 0 no Morumbi Palmeiras venceu o São Paulo por 2 a 0 no Morumbi
Créditos: Palmeiras

Se atualmente cada time tende a mandar seus jogos em seus estádios próprios, houve uma época em que o Morumbi era conhecido como "palco dos clássicos". Nostálgico, PVC recorda de vários momentos vividos e testemunhados no Morumbi, em uma época em que a rivalidade se fazia presente até mesmo nas cordas divisórias da Polícia Militar.

“A minha geração cresceu entendendo que o Morumbi era o palco dos clássicos, era como se fosse o Maracanã de São Paulo. Então, ter um clássico no Morumbi não era um problema. Não existia essa sensação de ‘estou indo jogar na casa do São Paulo’. Para a minha geração, a lembrança era de estádio dos clássicos. Aquela sensação de chegar no estádio e, se o seu time era mandante, você entrava pelo lado esquerdo do portão principal, se era visitante na tabela entrava pelo lado direito do portão principal. A torcida era dividida com a corda da Polícia Militar. O Morumbi tem 12 gomos, desses 12 gomos ficam, em teoria, nos clássicos, seis para cada lado. Só que a medida que ia chegando mais gente, a polícia ia abrindo, 7 gomos pra um 5 pra outro. Então tinha sempre essa disputa de quem ganharia até em número de gomos, ‘está 7 a 5 pro Palmeiras,’ relembrou.

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