Rio Preto é assunto de família nas Semifinais do Feminino A-1

Rio Preto é assunto de família nas Semifinais do Feminino A-1

Semifinalista do Brasileiro A-1 2018 contra a Ferroviária-SP, o Glorioso conta com a participação direta de pai, mãe e filhas para chegar à grande decisão

Chicão, técnico do Rio Preto e pai da família Reguera Inojo

Chicão, técnico do Rio Preto e pai da família Reguera Inojo

Créditos: Léo Roveroni / Assessiva Comunicação

Futebol é coisa muito séria na casa de Francisco e Doroteia Inojo. No dia a dia da família formada pelo casal e suas três filhas – Milene, Sharlene e Darlene – só se fala um único assunto pelas 24 horas do dia, a semana toda: o Rio Preto Esporte Clube. Às vésperas da partida de volta do time contra a Ferroviária-SP pelas Semifinais do Brasileirão Feminino A-1 2018, os cinco apaixonados vivem a expectativa à flor da pele. Depois de um empate em 1 a 1 em Araraquara (SP), é hora de trazer a decisão para o Anísio Haddad, nesta quarta-feira (10), às 15h (de Brasília).

O envolvimento com o Rio Preto se tornou rotina familiar. Explica-se: Francisco é Chicão, técnico da equipe feminina do Glorioso. Doroteia, a Dorô, é a coordenadora do projeto. As filhas todas já vestiram a camisa da time rio-pretano. Atualmente, duas colaboram com o dia a dia do clube. Milene, a primogênita, é auxiliar técnica do pai em diversas ocasiões. Sharlene ajuda nas funções administrativas do clube. A caçula, Darlene, foi a única a seguir no esporte dentro das quatro linhas e construiu um bela história dentro do Rio Preto, em grandes equipes do exterior e defende a Seleção Brasileira Principal.

Em entrevista exclusiva ao site da CBF, o professor Chicão e a coordenadora Dorô contaram como surgiu o envolvimento da família com o Rio Preto, a dinâmica da família no dia a dia do clube e os segredos para manter um trabalho longevo e de grande sucesso dentro do futebol feminino.

– A Doroteia é a grande responsável por ter nossa família no clube. Ela quem procurou a oportunidade e fez a parceria com o Rio Preto. Ela é o motivo de estarmos todos reunidos no clube até hoje – confessa Chicão.

“Nós montamos a equipe por causa das três filhas, apaixonadas por futebol“

Mas a história da família Inojo no futebol começa muito antes do Rio Preto. Mãe de três meninas apaixonadas por futebol, Doroteia decidiu formar uma equipe da modalidade exclusivamente feminina para que as filhas pudessem praticar o esporte e se divertir. À frente da parte técnica do projeto, o marido Chicão. O ano era 1996. Logo o sucesso da iniciativa chamou atenção dos moradores de Rio Preto (SP). Três anos depois, surgiu um convite inesperado para Dorô.

– O nosso envolvimento com o Rio Preto começou em 1999. Recebemos um convite para disputar o campeonato paulista daquele ano. Daí, resolvemos montar uma parceria com clube. Depois, nos afastamos do clube por uma série de situações e retornamos ao Rio Preto em 2008 – explicou Doroteia.

De lá para cá, já são dez anos à frente de um projeto reconhecido como uma das principais iniciativas do futebol feminino no país. A dedicação diária e o espírito de união familiar reverberam por todas as conquistas e avanços conquistados pela equipe feminina do clube. O Rio Preto foi campeão brasileiro em 2015 e vice em 2016, além de bicampeão paulista em 2016 e 2017. Um dos grandes expoentes da modalidade no Brasil, o motivo para tamanho sucesso é bem simples para Chicão e Doroteia.

– A razão é o trabalho. Muito trabalho e humildade. Mantemos sempre os pés no chão e lutamos unidos com muita dedicação atrás dos nossos objetivos – definiu o treinador, acompanhado pela esposa de bate-pronto.

Junta dentro do Rio Preto desde os primeiros passos do projeto, a família Inojo é a exemplificação perfeita da expressão “respirar futebol”. À exceção de Darlene, que hoje defende o Benfica (POR) e acompanha (fervorosamente!) de longe o trabalho dos pais e das irmãs, todos os demais integrantes da família atuam diretamente na rotina do clube. Se por um lado, o amor pelo Glorioso e pelo futebol garantem a união diária de Chicão, Doroteia, Milene e Sharlene, há quem diga que ficar tão junto assim às vezes até dificulta a convivência.

– Muitas vezes, estarmos tão juntos que até atrapalha (risos). Às vezes nós discordamos e divergimos e o assunto acaba se tornando uma discussão que vai para casa. Mas nós procuramos sempre diferenciar as situações que são de trabalho e as que são de família – explica Doroteia. 

O sucesso da caçula dentro das quatro linhas

Para o casal a melhor sensação que existe é o orgulho pelas filhas que criaram e trouxeram para o universo do futebol. Muito apegados às três “meninas“, como se referem ao trio, Chicão e Doroteia fazem questão de ressaltar a importância de Milene, Sharlene e Darlene no sucesso do clube e destacam o crescimento individual de cada uma. Perguntados sobre a carreira da caçula Darlene no futebol, pai e mãe corujas não escondem o sentimento de gratidão e alegria em ver a pequena Darlene tomar o mundo e vestir a Amarelinha.

– Treino a Darlene desde pequena. Nós montamos a equipe e ela já treinava no meio das meninas, tinha uns oito anos. Com 15, 16 anos ela começou a despontar e disputar competições oficiais com a equipe e logo seguiu para jogar fora do país. Ver este trabalho valorizado é muito gratificante para nós. É um sonho realizado ver uma filha fora do país, jogando em Seleção… uma alegria muito grande. Me sinto honrado e feliz por tudo que conquistamos – conta Chicão, emocionado, e acompanhado por Dorô.

– Nós brincamos que a Darlene não joga porque é filha do treinador e da coordenadora do clube. Ela joga porque ama futebol. Para nós é muito gratificante vê-la super bem em Portugal e caminhando atrás dos sonhos que ela almeja. 

Rio Preto-SP e Ferroviária decidem nesta tarde quem segue para a grande decisão do Brasileirão Feminino A-1 2018. A outra equipe finalista sai do duelo entre Corinthians-SP e Flamengo-RJ, marcado às 20h30 (de Brasília), no Parque São Jorge, em São Paulo.

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