Depois de cinco meses longe dos gramados, o Cruzeiro recomeça os trabalhos pelo Brasileiro Feminino A1 no sábado (29), às 14h, contra o Grêmio, em Belo Horizonte. Em rodada dupla com o jogo do clube na Série B, a partida será disputada no Mineirão, palco histórico do futebol brasileiro. 

No clube desde o ano passado, a atacante Miriã já tem 25 partidas com a camisa do Cruzeiro, mas jogará pela primeira vez no Mineirão neste domingo. Animada, a jovem de 21 anos não escondeu a ansiedade com a estreia no Gigante da Pampulha.

“É um sonho jogar no maior palco de Minas Gerais. Desde que eu vim para cá, sempre foi meu sonho pisar no Mineirão. Muitas atletas dividem esse mesmo sonho. Significa muito para mim e eu estou muito feliz, é um grande passo na minha carreira poder concretizá-lo. Eu estou com muita saudade de jogar futebol, e já voltar assim, me anima muito”, declarou a atacante.

A partida estava previamente marcada para o estádio das Alterosas, no SESC Venda Nova. Mas a diretoria do clube aproveitou que a equipe masculina vai jogar contra o América-MG, às 19h, e organizou a rodada dupla no Mineirão. Para a coordenadora de futebol feminino do Cruzeiro, Bárbara Fonseca, a iniciativa é mais uma amostra de como a gestão atual respeita a modalidade.

“É uma decisão com a cara do novo Cruzeiro. Desde que o presidente Sérgio Santos Rodrigues assumiu, ele tem provocado ações de fortalecimento do nosso departamento. Trazer o jogo para o Mineirão é uma delas. Há uma ideia da diretoria de não medir esforços para que os jogos aconteçam ali mais vezes, mas a gente tem que ter muita cautela, principalmente nesse momento de reestruturação do Cruzeiro. Mas é muito legal ver essa sinergia dentro do clube em prol do nosso departamento de futebol feminino e, certamente, vão acontecer outros eventos como esse”, afirmou a gestora.

O sonho de jogar no Mineirão não é novo. No fim do ano passado, na decisão do Feminino A-2, a direção da Raposa já queria mandar o jogo contra o São Paulo no Gigante. Mas, por medidas de segurança pública, acabou tendo que jogar a final no SESC de Venda Nova. Para Bárbara Fonseca, esse é um passo importante na conquista de um espaço que precisa ser, também, das mulheres no futebol.

"Jogar no Mineirão representa uma desconstrução dessa legitimidade que aquele espaço foi feito para homens. Tanto dentro de campo, quanto na arquibancada. Também em relação à questão física quanto também ao próprio esporte. É importante para a gente que está aqui batalhando para que o futebol feminino cresça, evolua no país, ainda de muito preconceito. Que a gente consiga ocupar esses espaços, ainda mais em momentos como esse, de grande dificuldade no país, dificuldade no retorno do futebol. Tudo isso potencializa muito o nosso trabalho e faz a gente seguir forte”, concluiu a gestora.

Fome de gol para o retorno

Cruzeiro e Grêmio estiveram frente a frente na semifinal do Feminino A-2 em 2019 e o reencontro entre as duas equipes na elite já é um confronto direto. Raposa e Tricolor estão empatados em número de pontos na tabela, o que aumenta a expectativa para a partida.

Há meses sem atuar, por conta da paralisação da pandemia, a atacante Miriã conta os dias para seu retorno aos gramados. E sonha com um gol logo em sua estreia no Mineirão.

“Eu estou numa sede e fome de gol desde a última partida, cinco meses atrás. Se Deus me consagrar com um gol, vai ser ótimo, vou pular muito de alegria naquele estádio maravilhoso. Eu estou treinando bastante para que isso possa acontecer mas, de qualquer forma, se não sair um gol, eu quero ajudar a minha equipe de todas as maneiras possíveis", revelou.