Ser capitã de um time grande não é fácil. A camisa pesa muito e a faixa pesa ainda mais. Mil coisas certamente passam na cabeça desta jogadora quando sua equipe se aproxima da final do maior campeonato do país. Há quase três anos como capitã do Corinthians, Grazi sentiu esse misto de emoções algumas vezes. Mas, neste ano foi um pouco diferente. Dois dias antes da grande final do Brasileirão Feminino contra o Rio Preto, a capitã alvinegra se lesionou e foi cortada das duas finais: a pior notícia possível para quem comanda a equipe dentro de campo desde 2016. Mas, por sua importância dentro do elenco, o técnico Arthur Elias levou a meio-campista para o banco e Grazi pode, finalmente, levantar a taça de campeã nacional.

"A minha tristeza estava grande porque eu trabalhei o ano inteiro para viver esse momento e, infelizmente, tive essa lesão que me tirou das finais. Eu disse pra elas lá em Rio Preto que eu tinha todos os motivos do mundo para estar triste, mas não estava porque a qualidade do nosso grupo é muito grande. Foi provado hoje, foi provado na final do Paulista contra o Santos. Entramos para a história do clube e da modalidade", disse a capitã em entrevista exclusiva ao site da CBF após a conquista do título.

Ser capitã é administrar a equipe dentro das quatro linhas e do vestiário também. E, nessa temporada, a empolgação foi um sentimento que tinha tudo para dominar a delegação corintiana, afinal, a equipe permaneceu por mais de um ano sem perder. A primeira derrota veio no confronto de ida da Semifinal do Brasileiro contra o Flamengo/Marinha, uma vitória carioca por 2 a 1. Mas, segunda a meio-campista, o clima de festa antecipada nunca ultrapassou os portões do Parque São Jorge.

"Durante todo o decorrer do campeonato a gente ouviu muito essa questão da invencibilidade da nossa campanha. Nós, jogadoras e comissão técnica, em nenhum momento sentamos nisso e deixamos de trabalhar. A gente sabia que, conforme os resultados iam acontecendo, a gente tinha que trabalhar muito mais para chegar no resultado final. Não poderia ser diferente, esse título veio para coroar o nosso trabalho"

Uma marca corintiana neste campeonato foi a presença da Fiel torcida em todos os jogos nos quatro cantos do país. A grande final não fugiu a regra. A massa alvinegra apoiou a equipe do minuto inicial - com o gol de Millene - ao apito final. Para Grazi, o incentivo da torcida foi fundamental para o êxito da equipe.

"O apoio deles faz total diferença. Nós tivemos isso na nossa estreia contra o São Francisco-BA e já tinham muitos torcedores lá nos apoiando. Durante todos os nossos jogos, dentro e fora de casa, foram assim. Corinthiano realmente é um torcedor diferente. Isso motivou a gente pra caramba", finalizou.