Pia Sundhage, Andrea Rodenbaugh e Aline Pellegrino mostraram diferentes visões sobre o desenvolvimento da modalidade e comentam evolução do futebol feminino
A manhã do Somos Futebol desta quinta-feira (25) foi dedicada ao futebol feminino. Para debater sobre o assunto, um time de peso foi convocado: Pia Sundhage, técnica bicampeã olímpica com os Estados Unidos, Andrea Rodenbaugh, desenvolvimento técnico de futebol feminino da FIFA, e Aline Pellegrino, coordenadora de futebol feminino da Federação Paulista de Futebol (FPF). Referências, as palestrantes mostraram diferentes visões a respeito do desenvolvimento da modalidade e sobre a experiência de liderar uma equipe. Ao final, o técnico da Seleção Brasileira Feminina, Vadão, foi convidado para participar de uma mesa para debater sobre o atual cenário do futebol feminino.
Somos Futebol debate cenário de evolução do futebol feminino
Créditos: Lucas Figueiredo
Pia Sundhage
Com o auditório da CBF lotado, a atual técnica da Seleção Sueca Sub-16 e bicampeã olímpica com os EUA, Pia Sundhage abriu o dia com uma palestra sobre a importância do “time por trás do time”, ao destacar as equipes nos bastidores como essenciais ao desenvolvimento do futebol, desde a comissão médica até as equipes de análise de desempenho.
A comandante ainda revelou um pouco de sua experiência enquanto mulher em meio a ambientes tradicionalmente masculinos, como o futebol. Pia destacou que hoje é possível ver mulheres atuando no futebol de clubes - panorama que não era visto há alguns anos. Para a sueca, todos os esforços em meio às adversidades são “pela próxima geração” de atletas que está por vir.
Somos Futebol debate cenário de evolução do futebol feminino
Créditos: Lucas Figueiredo
- Adultos e crianças que querem jogar futebol, não importa se você é menina ou menino ou se você é capaz de jogar futebol, você tentará ser muito bom. Você só pensa nisso, não importa o gênero. É a mesma coisa como técnica, para você fazer isso, ao olhar a história, você vê que precisa ter vontade, ter paixão e amar o jogo. As vezes é injusto, você tem alguns obstáculos se você é mulher dentro de um ambiente masculino no futebol. Mas se você tem força de vontade e paixão, juntando esses dois elementos, você pode fazer a diferença - analisa Pia.
Andrea Rodenbaugh
Já Andrea Rodenbaugh, responsável pelo desenvolvimento técnico de futebol feminino da Fifa na América do Sul, começou compartilhando um sonho comum a muitos apaixonados por futebol: jogar em nível profissional e estar em uma Copa do Mundo. Ambos os objetivos foram realizados, quando vestiu a camisa da seleção do México no Mundial de 1999.
Somos Futebol debate cenário de evolução do futebol feminino
Créditos: Lucas Figueiredo
Atualmente, Rodenbaugh é uma das consultoras da FIFA pelo mundo para auxiliar no desenvolvimento do futebol feminino. A Divisão de Futebol Feminino, criada em 2015/2016, é um retrato de uma nova gestão na entidade máxima do futebol nacional, que incluiu o combate às desigualdades de gênero em seu estatuto.
- O futebol feminino é uma realidade, não se pode parar, é uma onda que vem há um tempo. Acredito que agora é o momento, logo teremos um Mundial, e acredito que seja importante que cada um entenda que a responsabilidade não é só da FIFA e da CBF, mas sim de todas as partes envolvidas, todos têm um papel no desenvolvimento - analisa Andrea.
Aline Pellegrino
Ex-capitã da Seleção Brasileira Feminina e atualmente Coordenadora de Futebol Feminino da FPF, Aline Pellegrino, começou sua palestra indagando uma questão: "Quando a gente fala em futebol feminino, algumas pessoas ainda pensam que seja uma outra modalidade: A modalidade é uma só, é futebol!".
Com esse tom, a ex-zagueira demonstrou como o cenário tem se desenvolvido e incentivado a prática do futebol feminino. A Coordenadora também trouxe em destaque o trabalho feito pela CBF e também pela FPF para desenvolver os campeonatos de primeira divisão e de base.
Somos Futebol debate cenário de evolução do futebol feminino
Créditos: Lucas Figueiredo
- A minha fala é muito nessa questão de plantar uma semente, de deixar uma provocação, de que as pessoas precisam olhar diferente para esse futebol, que ele não é um futebol feminino, ele é futebol e têm mulheres que praticam e ocupam os espaços do futebol. Ressaltar também que o futebol feminino está se desenvolvendo e muito, algumas pessoas acham que ele ainda está começando, mas vimos o quanto mundialmente isso já está acontecendo e não podemos ficar atrás - concluiu Pellegrino.