O técnico Dunga abordou diversos assuntos na entrevista coletiva que deu nesta sexta-feira no Hotel Westin. Mesmo sem ter sido motivo de pergunta, o técnico fez questão de citar Kaká como um exemplo da dedicação que todos os jogadores vêm demonstrando nos treinos.

- Ele parece um garoto de 21 anos. Está se empenhando e correndo nos treinamentos tanto quantos os mais jovens. Além de ser um exemplo de comportamento, um jogador experiente e de muita técnica.

NEYMAR 

Será utilizado nos jogos contra Costa Rica e EUA. Foi convocado também porque como o campeonato espanhol está parado, ele ficaria treinando no clube com um grupo reduzido. Aqui na Seleção, ele está participando, integrado ao elenco, com o elenco, e treinando na mesma intensidade dos demais.

NEYMAR/DEPENDÊNCIA 

Não vejo dessa forma. Ao contrário, o Neymar só soma, é um muito bom tê-lo ao seu lado. Como qualquer treinador do mundo ia querer, assim como ter Cristiano Ronaldo, Messi. Apesar da qualidade do Neymar, que é indiscutível, o time tem de estar preparado para competir e ganhar sem ele também, como já fez. Ninguém ganha nada sozinho. Por exemplo, em 1970, o craque era o Pelé, mas quem marcou gols em todos os jogos foi o Jairzinho. Todo mundo ganha, ainda mais os craques que decidem, como o Neymar, se houver um gripo forte por trás.

COBRANÇA - CRÍTICAS- PRESSÃO

Na minha primeira passagem pela Seleção, em 2006, havia uma expectativa de renovação, e a gente já começou com vitória nos primeiros amistosos, o que nos deu tranquilidade. No ano seguinte, conquistamos a Copa América. Agora, a cobrança está sendo muito maior, porque vínhamos da frustração da Copa do Mundo, então é natural que a pressão seja maior mesmo. Por tudo o que aconteceu na Copa, mesmo o Brasil tendo ficado entre os quatro melhores do mundo, havia uma ansiedade muito grande também por parte dos jogadores. Mas não podemos nos deixar levar por isso. Temos é de nos preparar bem para superar as expectativas. Quanto às críticas, só não entendo uma coisa: a Seleção, nessa minha segunda passagem, vinha de 11 vitórias. Perdeu um jogo e parece que o mundo acabou.

ELIMINATÓRIAS  

Essas Eliminatórias serão certamente mais qualificadas e difíceis que as anteriores. Não creio que as mudanças de datas e dos locais alterem ou aumentes dificuldades. O importante é que continua o formato de se jogar todos contra todos. Então permanece a igualdade dentro de campo, onde tudo se resolve. Só espero que para isso tudo seja de maneira igual fora dele, como a questão de aplicação de cartões e critérios de arbitragem. É bom lembrar também que, através da história, o Brasil sempre teve dificuldades nas Eliminatórias. Para 1994 e 2002, só nos classificamos nos dois últimos jogos. Por isso acho que essas serão mais difíceis, ainda mais porque os adversários evoluíram muito nos últimos anos.

PARTE PSICOLÓGIGA 

Não podemos nos preocupar em demasia com este aspecto. Os jogadores têm de estar mais concentrados nos treinamentos, om o que vão fazer em campo. É isso que aumenta a confiança, e por isso procuramos fazer com que os jogadores não pensem muito nessa parte. A parte psicológica não pode virar problema, longe disso, e por isso procuramos fazer as coisas nesse sentido sem muito alarde.

EXEMPLO/REFERÊNCIA

Quando eu comecei a jogar, me espelhava no Falcão, pelo seu comportamento, pelo que fazia em campo, apesar de ele ter um estilo diferente do meu. Serviram também de exemplo para mim o Mozer e o Careca, pela personalidade e capacidade de liderança. Hoje, o Kaká é quem pode servir de referência para os mais jovens.    

LUCAS LIMA 

Vai jogar como faz no Santos. Terá toda liberdade de movimentação, logicamente dentro das diferenças de sistema tático que existem na Seleção.