A possibilidade de defender o seu país em uma Olimpíada gera diferentes tipos de reações nas pessoas. Na maioria dos casos, os atletas são tomados por altos níveis de nervosismo que passam a controlar seus atos. No dia da convocação para a Rio 2016, a ansiedade da atacante Raquel era tamanha que, inicialmente, ela não queria assistir a transmissão ao vivo da lista do técnico Vadão. Em entrevista ao site da CBF para a Série Papo Olímpico, a mineira revela que acabou decidindo acompanhar a divulgação da delegação para os Jogos e, após ouvir o seu nome, diz ter ficado sem saber o que fazer.

– Na verdade, a gente nem queria assistir. Estávamos eu, Thais e Rilany. Aí decidimos assistir, fomos as três para o quarto e estávamos até tranquilas. Chegou o Vadão para falar da lista e já comecei a tremer. Ainda mais que meu nome foi o último... Deu mais ainda aquele frio na barriga! Mas quando ele falou o meu nome, fiquei muito feliz e não tive reação. Não chorei nem nada. Fiquei parada, só tremendo e não sabia o que fazer. Depois mandei o vídeo que eu gravei para minha mãe, que estava trabalhando, e ela ficou super feliz. Meu cunhado também, a família inteira... Acho que o sonho não era só meu. Era deles também e graças a Deus eu estava na lista – conta.

Raquel vai disputar a sua primeira Olimpíada com a amarelinha e isso, em si, já seria animador. A estreia nos Jogos fica ainda mais especial por ser em casa. A atacante espera um grande apoio da torcida e acredita que o nível de incentivo será o mesmo que receberá a Seleção Masculina.

– Eu não acompanhava muito (Jogos Olímpicos). Assistia, mas não cheguei a acompanhar tanto. Vi alguns jogos das meninas agora (Jogos de Londres, em 2012) e lembro de um gol que a Fu (Formiga) fez e foi muito emocionante. Acho que a gente vai fazer uma boa Olimpíada. Será muito legal e o torcedor brasileiro vai apoiar igual com o masculino. Creio que não será diferente, vão lotar (os estádios) também e isso vai empolgar a gente em busca da medalha de ouro – afirma.

No último amistoso de preparação antes dos Jogos, contra a Austrália, no sábado (23), Raquel saiu do banco e marcou um verdadeiro golaço. Para garantir esse apoio em peso da torcida, a atacante promete mais do que uma técnica refinada.

– Podem esperar uma Seleção muito forte e dedicada! Vamos buscar cada jogo, cada degrau, até chegar na final para conquistar essa medalha – finaliza.

Embora já tenha treinado, esteja concentrada na Vila Olímpica e junto com as companheiras, Raquel parece não ter se acostumado com a ideia ainda. A atacante acredita que a ficha só vai cair mesmo quando a bola rolar para o jogo de estreia da Canarinho, contra a China.

– É uma sensação única. A ficha não caiu ainda. Acho que só vai cair mesmo quando começar o primeiro jogo, contra a China. Já está sendo muito bom para a gente, estamos começando a viver o clima dos Jogos e bem focadas em buscar essa tão esperada medalha de ouro – acrescenta.

A Série Papo Olímpico conversou com jogadores convocados pelos técnicos Vadão e Rogério Micale para as Olimpíadas Rio 2016 e exibe uma entrevista por dia. Fique ligado nos bate-papos exclusivos aqui em www.cbf.com.br.