Bruna Benites, zagueira da Seleção Brasileira Feminina, ficou de fora da Copa do Mundo do Canadá e dos Jogos Pan-Americanos de Toronto em 2015. Um mês antes da estreia no Mundial, a jogadora machucou o joelho e precisou operar. Em janeiro deste ano, voltou a treinar com bola e, hoje, comemora a verdadeira volta à equipe nacional.

– Estar nesses Jogos Olímpicos, em casa, é um belo recomeço na minha carreira – avalia a zagueira.

Aos 30 anos, a jogadora se prepara para disputar sua segunda Olimpíada – esteve na disputa de Londres 2012, quando foi titular. Bruna é uma das líderes do grupo do técnico Vadão. Mesmo que o tempo com a camisa verde e amarela seja inferior a algumas companheiras de Seleção – a atleta foi convocada para a equipe pela primeira vez em 2012 –, a zagueira tem um currículo cheio de experiências e realizações.

– O tempo vai ajudando a gente a controlar determinadas coisas. O tempo de carreira, o fato de já ter disputado uma outra Olimpíada, ter feito vários jogos pela Seleção já, isso tudo acaba dando uma maior tranquilidade. Se você estiver preparado física, técnica, tática e psicologicamente, quando chega o momento a gente se concentra ali e esquece todo o resto.

A estreia do Brasil nos Jogos será contra a China e, a zagueira, que já enfrentou as orientais algumas vezes, reconhece as diferenças no tipo de jogo de cada uma das equipes

– O futebol chinês é muito cadenciado, muito técnico. O que a gente conversa mais é sobre a disciplina delas. Elas sempre fazem o que foi proposto. Se o treinador fala para elas jogaram de alguma forma, elas vão jogar daquela forma. Então é tudo meio robotizado. Acho que essa é a nossa diferença. A gente funciona muito na base do improviso. No caso delas é tudo mais certinho e com um comportamento pré-determinado.

Vadão, sua comissão técnica e as jogadoras da Seleção sabem que cada atleta tem responsabilidade e que jogar pelo grupo é o maior objetivo da equipe. Somente com uma boa atuação da defesa e do meio-campo, o ataque poderá fazer um bom trabalho.

– A gente conversa muito sobre a força do grupo. Isso é uma coisa que nós temos batido na tecla há um tempo. Nós estamos juntas há mais ou menos um ano e meio e todo mundo se conhece muito bem. Cada peça é muito importante. Lógico, nós temos nomes na equipe de maior conhecimento da torcida, como a Marta, Formiga e a Cris. Mas estamos sempre procurando dividir as responsabilidades. Se não fosse por todas nós, não estaríamos aqui. Isso aqui é um grupo, todas vão conquistar independente se esteja aqui ou não.

Nesta sexta (29), Bruna e suas companheiras de Seleção voltam a campo para mais um dia de treinamento. Desta vez o trabalho será no CFZ, às 16h.