Pelé e Garrincha pela última vez juntos na Seleção

Pelé e Garrincha pela última vez juntos na Seleção

Atuando um ao lado do outro, craques fizeram última partida juntos na Copa do Mundo de 1966. Com a dupla em campo, Brasil nunca foi derrotado

Pelé e Garrincha pela última vez jogando juntos pela Seleção Brasileira

Pelé e Garrincha pela última vez jogando juntos pela Seleção Brasileira

Créditos: Arquivo Público SP/Última Hora

Brasil 2 x 0 Bulgária, Copa do Mundo 1966

Brasil 2 x 0 Bulgária, Copa do Mundo 1966

Créditos: Arquivo nacional/Correio da Manhã

Capitães se cumprimentam na partida entre Brasil x Bulgária

Capitães se cumprimentam na partida entre Brasil x Bulgária

Créditos: Arquivo nacional/Correio da Manhã

Gol do Pelé contra a Bulgária

Gol do Pelé contra a Bulgária

Créditos: Arquivo nacional/Correio da Manhã

Gol do Garrincha contra a Bulgária, na Copa do Mundo de 1966

Gol do Garrincha contra a Bulgária, na Copa do Mundo de 1966

Créditos: Arquivo nacional/Correio da Manhã

Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1966

Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1966

Créditos: Arquivo nacional/Correio da Manhã

Seleção comemora gol contra a Bulgária

Seleção comemora gol contra a Bulgária

Créditos: Arquivo nacional/Correio da Manhã

Em 1966, o então presidente da CBD, João Havelange e sua diretoria, defendiam a tese de que com Garrincha e Pelé o Brasil continuaria sendo invencível. Mas, na ânsia de repetir a fórmula vencedora em 1958 e em 1962, cometeram-se alguns equívocos ao longo dos treinamentos para o Mundial de 1966, na Inglaterra. Vicente Feola substituiu Aymoré após a excursão à Europa em 1963 e graças ao saldo positivo obtido desde então foi mantido no cargo.

A comissão técnica pressionada de todos os lados acabou convocando 47 jogadores. Durante o período de testes, realizados em Serra Negra e Caxambu, a tensão foi crescendo, dado que 25 jogadores não iriam à Inglaterra. Logo ficou evidente que alguns mais veteranos já não tinham gás. O próprio médico Hilton Gosling reconheceu que a artrose de Mané Garrincha dificultava-lhe repetir os velhos dribles.

No Brasil, entre 1º de maio e 15 de junho, a Seleção fez 11 amistosos, experimentando escalações distintas. No dia 8 de junho, por exemplo, a equipe jogou duas vezes no Maracanã, vencendo o Peru por 3 a 1 e a Polônia por 2 a 1, colocando em ação 23 jogadores. Já na Europa, foram outras seis partidas, contra adversários de fragilidade aparente, e o fato é que a Seleção chegou ao dia da estreia sem conjunto, tantas as indefinições. A Bulgária não ofereceu muita resistência, e o Brasil venceu por 2 a 0 no Estádio Goodison Park de Liverpool, gols de Garrincha e Pelé, confirmando a tese de Havelange e seus comandados, só o que eles não sabiam é que este seria o último jogo em que ambos atuariam juntos pela Seleção Brasileira.

Por conta disso, o jogo contra o fraco time búlgaro deu a falsa impressão de que o Brasil iria repetir as campanhas anteriores. Os búlgaros iniciaram a partida tentando conter o amplo domínio dos brasileiros a base da violência, várias faltas foram cometidas sem que qualquer punição por parte do árbitro alemão, Ernst Waldemar Tschenscher.

Mas como tudo na vida tem um preço, o castigo dos búlgaros veio aos 14 minutos. Yakimov derrubou Pelé próximo a entrada da área. O Rei bateu com violência, a bola tocou no chão e enganou o goleiro Naidenov, era o primeiro gol do Brasil. Quando se imaginava que o Brasil tomaria as rédeas do jogo, os brasileiros começaram a revidar a violência, o jogo ficou feio e mais uma vez o árbitro que não queria expulsar ninguém se limitava a dar apenas advertências verbais. Mesmo assim o Brasil ainda teve a oportunidade de ampliar o marcador. Aos 18 minutos, Pelé driblou quatro adversários e da linha de fundo tentou encobrir o goleiro, mas sem êxito. Logo em seguida, Pelé fez um passe de cabeça para Alcindo, livre diante do goleiro o gaúcho perdeu a chance de aumentar.

O segundo tempo começou diferente, as equipes estavam menos violentas e procuravam tocar a bola deixando a violência um pouco de lado. No meio campo da Seleção Brasileira, Denílson e Lima procuravam tocar a bola com mais categoria evitando os choques e, com isso, a violência dos búlgaros. Logo aos 13 minutos, Pelé mais uma vez lançou Alcindo livre, e o atacante desperdiçou. Aos 18 minutos veio o segundo gol, Kolev fez uma falta em Garrincha nas proximidades da área. O próprio Garrincha cobrou com maestria, um chute forte de curva que entrou no ângulo de Naidenov. Na altura dos 27 minutos, mais uma grande jogada de Pelé. Ele se livrou em velocidade de três adversários e chutou de forma magnifica, mas Naidenov operou um milagre. Nos minutos finais, Garrincha realizou uma grande jogada se livrando de dois marcadores e chutando na rede pelo lado de fora, parecia o grande Mané de 1962, um sonho que já não voltaria a se realizar para a torcida brasileira.  Assim estava decretada a única vitória do Brasil naquela Copa, já que posteriormente foi derrotado pela Hungria e por Portugal, sendo eliminado ainda na primeira fase. Pior, para tristeza de todos os amantes do futebol foi a última vez que Pelé e Garrincha aturam juntos pela Seleção Brasileira. Vale ressaltar que com os dois juntos em campo o Brasil jamais foi derrotado.

12/07/1966
BRASIL 2 x 0 BULGÁRIA
Competição: Copa do Mundo.
Local: Goodison Park Stadion, em Liverpool (Inglaterra). Público: 52.487 espectadores.
Árbitro: Ernst Waldemar Tschenscher (Alemanha). Assistentes: George McCabe (Inglaterra), John Keith Taylor (Inglaterra).
Advertência: Kolev, Jechev, Denílson.
Gols: Pelé (falta), aos 14; Garrincha (falta), aos 63.
BRASIL: Gilmar; Djalma Santos, Bellini, Altair e Paulo Henrique; Denílson e Lima; Garrincha, Alcindo, Pelé e Jairzinho. Treinador: Vicente Ítalo Feola.
BULGÁRIA: Naidenov, Shalamanov, Penev, Kutzov e Gaganelov; Jetchev e Kitov; Dermendjev, Asparukhov, Yakimov e Kolev. Treinador: Rudolf Vytlacil.

PATROCINADORES

Seleção Brasileira Nike Guaraná Antartica Vivo Itaú Neoenergia Mastercard Gol Cimed Pague Menos TCL Semo Technogym Core Laser Mectronic Kin Analytics