Muita catimba no empate no Palestra Itália

Muita catimba no empate no Palestra Itália

Com dois gols de Leônidas da Silva, Brasil empata em 2 a 2 com a Argentina em jogo marcado por encenações

Brasil x Argentina - Copa Roca 1940

Brasil x Argentina - Copa Roca 1940

Créditos: CBF

Brasil x Argentina - Copa Roca 1940

Brasil x Argentina - Copa Roca 1940

Créditos: CBF

Brasil x Argentina - Copa Roca 1940

Brasil x Argentina - Copa Roca 1940

Créditos: CBF

No início da década de 40, a II Guerra Mundial deixa a Europa em chamas. São anos de muita dificuldade e racionamento. No Brasil, a comemoração dos dez anos do movimento revolucionário de 1930 levou milhares de operários a marcharem em homenagem a Getúlio Vargas. Dias antes, muita gente fora à Praça Mauá recepcionar Carmem Miranda, a “Pequena Notável”, na época o nome mais conhecido do Brasil nos Estados Unidos. A nação fica americanizada: um boneco de Walt Disney chamado Zé Carioca torna-se um dos símbolos do país; a Coca-Cola bate recordes de venda.

Em 18 de fevereiro de 1940, a Seleção Brasileira volta a campo para enfrentar a Argentina. Era a disputa da terceira partida válida pelo título da Copa Roca de 1939, no estádio Palestra Itália, em São Paulo. Chovia muito na capital paulista. O primeiro tempo foi marcado por muitas faltas e pouco futebol e terminou empatado por 0 a 0. As emoções ficaram para o segundo tempo. Aos 26 minutos acontece a primeira confusão. Aymoré defende um chute de Garcia, e Cassan o empurra com o ombro, ao mesmo tempo tira a bola com um toque de mão e empurra para as redes marcando o primeiro gol da Argentina sob os protestos dos brasileiros. Um minuto depois, Del Nero substitui Afonsinho, que se contundiu. Quando faltavam três minutos para o final do jogo, Salomón e Valussi derrubaram Leônidas. Por causa do temporal, a marcação do campo de jogo tinha desaparecido. Na dúvida, o árbitro José Ferreira Lemos, o “Juca da Praia”, marcou pênalti a favor dos brasileiros. Imediatamente foi cercado pelos jogadores argentinos, sob a liderança do zagueiro Salomón, que de dedo em riste começou a dirigir uma série de ofensas ao árbitro. Juca, tranquilo, e com a maior naturalidade, fingiu levar a mão à cabeça, como se fosse ajeitar o boné, e mandou uma cotovelada no nariz de Salomón, que ficou fora do campo recebendo atendimento para ganhar tempo. Os argentinos então ameaçaram sair de campo, o que seus dirigentes não permitiram. Leônidas bateu o pênalti e empatou o jogo. Veio a prorrogação e novo empate. Leônidas colocou o Brasil na frente. Carreiro fez boa jogada pela esquerda e cruzou rasteiro, Gualco e Valussi tentam cortar, mas Leônidas antecipou-se e desempatou a partida. O empate argentino surgiu quando Peucelle driblou Jaú e cruzou para a cabeçada certeira de Baldonedo a quatro minutos do fim da prorrogação.

18/02/1940 

BRASIL 2 x 2 ARGENTINA

Competição: Copa Roca.

Local: Estádio Palestra Itália “Parque Antártica”, em São Paulo (SP). Público: 28.700 espectadores.

Árbitro: José Ferreira Lemos (Brasil). Assistentes: Artur Cidrin Caratu (Brasil), Heitor Marcelino Domingues (Brasil).

Gols: Cassan, aos 71; Leônidas da Silva (pênalti), aos 87; Leônidas da Silva, aos 94; Baldonedo (cabeça), aos 116.

BRASIL: Aymoré Moreira, Jaú e Junqueira; Afonsinho (Del Nero, aos 72), Zarzur e Argemiro; Adílson, Romeu, Leônidas da Silva, Tim e Carreiro. Treinador: Sylvio Lagreca.

ARGENTINA: Gualco, Salomón e Valussi; Araguez, Perucca e Arico Suárez; Peucelle, Sastre, Arrieta (Cassan, aos 67), Baldonedo e García. Treinador: Guillermo Stábile.

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