Bebeto e os bastidores da conquista da 4ª estrela

Bebeto e os bastidores da conquista da 4ª estrela

No dia em que se completa 23 anos do tetracampeonato, Bebeto recorda histórias da campanha: do olhar desolado de Leonardo à cabisbaixa seleção italiana. Veja!

É tetra, é tetra, é tetraaaaa! Hoje é dia de relembrar o 17 de julho de 1994. Há 23 anos, a Seleção Brasileira conquistava o seu quarto título mundial. A equipe treinada por Carlos Alberto Parreira superou a pressão das arquibancadas e atendeu aos pedidos dos 160 milhões de brasileiros. Os personagens do tetracampeonato tornaram-se heróis nacionais. Entre eles está o atacante Bebeto, com quem a CBF TV conversou com exclusividade sobre as lembranças daquele dia histórico para o torcedor brasileiro (Assista ao vídeo).  

Mas esta história de glória começou sob muita desconfiança. Depois de enfrentar dificuldades ao longo de toda a campanha nas Eliminatórias para o mundial dos Estados Unidos (EUA), a Seleção jogou sua classificação contra o Uruguai. Bastava o empate, mas não era assim que pensavam os atletas da Canarinho. 

– A gente não ia perder aquele jogo nunca, né? O empate já classificava o Brasil, mas a gente queria ganhar. A gente sentia que o grupo tinha chegado no auge – recorda Bebeto.

Dito e feito: vitória contra os uruguaios por 2 a 0 e passaporte carimbado rumo à Copa dos EUA. O grande desafio ainda estava por vir. A última Copa havia sido conquistada em 1970. A equipe de Parreira era vista como burocrática e muito defensiva. Mas o time contava com a união para superar as incertezas.

– Vinte e quatro anos que o Brasil não conquistava o título, já era uma pressão grande, natural mesmo. Saímos desacreditados por muitos. A gente se fechou. Aquele grupo se uniu cada vez mais, formou uma família. Era diferenciado – diz o ex-atacante.

Sorteado no grupo B, o Brasil teve um início de torneio tranquilo. Na estreia, a Seleção venceu a Rússia por 2 a 0. Depois derrotou Camarões por 3 a 0. No último jogo, empatou contra a Suécia em 1 a 1 e avançou à fase final como líder do grupo.

Dia 4 de julho de 1994. Dia da comemoração da independência norte-americana. Data da partida das oitavas de final. O adversário: os donos da casa. Em um duelo muito físico, de disputas ríspidas e intensa briga pela bola, o Brasil venceu por 1 a 0. Gol de Bebeto. Para o autor do gol da classificação, já dava para perceber: o tetra estava próximo.

– Ali eu tive a certeza de que o Brasil ia conquistar o tetracampeonato. Lembro bem, eu abraçado com o Jorginho após o jogo, de joelhos, eu falei para ele: “irmão, ninguém tira esse título da gente mais” – conta apontando para o braço arrepiado.

Depois de superar os norte-americanos, a Seleção derrotou os holandeses por 3 a 2 nas quartas de final e a Suécia por 1 a 0 na semifinal. Apesar dos placares apertados e decididos no segundo tempo, Bebeto garante que a Seleção nunca se sentiu pressionada. 

– Estávamos sempre bem postados dentro de campo. As linhas eram bem definidas. Sabíamos que íamos fazer o gol, e que ia ser difícil sofrer um. A gente sabia que o momento ia chegar e que a gente ia matar o jogo – afirma Bebeto.

Dia 17 de julho. Chegava enfim o dia da grande final. A partida foi disputada no Rose Bowl, em Pasadena, Califórnia, para um público de mais de 95 mil pessoas. A Seleção Brasileira enfrentaria a Itália de Roberto Baggio. Ambas as equipes entraram em campo como tricampeãs do mundo. Mas, segundo Bebeto, apenas uma parecia querer o tetracampeonato.

– Na entrada, aquela hora um do lado do outro, o Baggio olhava para gente assim e sabia: “vai ser difícil ganhar desses caras” – relembra o campeão, que complementa:

– A Itália entrou para empatar o jogo com a gente. Nós fizemos tudo para ganhar. Os caras não passavam do meio de campo e a gente o tempo todo em cima.

O empate permaneceu durante o tempo regular e a prorrogação. Um título mundial seria decidido pela primeira vez nas penalidades. Bebeto pediu para abrir as cobranças.

– Eu falei com o Parreira: “professor, deixa eu bater primeiro”. E ele falou pra mim: “Não. Eu quero você para decidir” – revela o ex-atacante.

Não foi preciso. Antes mesmo que Bebeto precisasse ir à marca da cal, Roberto Baggio chutou por cima da trave, e o Brasil se sagrava a primeira seleção masculina de futebol tetracampeã do mundo. Para Bebeto, a sensação não perde a graça. 

– Você conta nos dedos quem foi campeão mundial. A maior alegria é ser campeão do mundo defendendo seu país.

Confira no vídeo acima o bate-papo exclusivo com o tetracampeão Bebeto!  

Crédito foto da capa: Wilson de Carvalho / CBF

Crédito foto 1: Acervo CBF

Crédito foto 2: Wilson de Carvalho / CBF

 

 

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