William, o capitão do Corinthians de 2009

William, o capitão do Corinthians de 2009

Zagueiro foi sinônimo de sobriedade e segurança durante o tricampeonato do Timão no torneio

William, capitão do Corinthians de 2009 - Heróis da Copa do Brasil William, capitão do Corinthians de 2009 - Heróis da Copa do Brasil
Créditos: Daniel Augusto Jr/Corinthians

Faixa no braço esquerdo e a responsabilidade de garantir o tricampeonato que havia escapado da nação corintiana no ano anterior. Assim o capitão William entrou para o jogo naquele dia 1º de julho, diante de 50 mil torcedores no Estádio Beira-Rio. Após fazer 2 a 0 sobre o Internacional na primeira partida, o time do técnico Mano Menezes teria que suportar a pressão para fazer a festa longe de casa. Em uma equipe que contava com nomes como Ronaldo, André Santos, Jorge Henrique e Dentinho, cabia ao experiente e tranquilo William o papel de liderança dentro das quatro linhas.

Com equilíbrio e sobriedade, virou referência naquela campanha. O 2 a 2 em Porto Alegre tenha sido, talvez, a melhor partida dele naquela competição. Raça, determinação, concentração, esforço. Tudo recompensado pelo prazer de, ao final dos 90 minutos, erguer a taça que marcava a grande retomada do Corinthians em âmbito nacional, após passar pela segunda divisão em 2008.

– Aquela conquista começou quando estávamos na segunda divisão. Foi um ano em que as decisões mais difíceis foram tomadas, mas que se mostraram acertadas. Ali o clube foi estruturado para que nos anos seguintes tivesse a oportunidade de brigar por grandes títulos –disse William em entrevista ao site oficial da CBF.

Ao falar sobre a caminhada do time naquela Copa do Brasil, William destacou muitos momentos importantes, mas lembrou da dificuldade e da tensão que foram os jogos contra o Vasco, a semifinal decidida pelo critério do gol fora de casa.

– Foi o time mais complicado de ser batido. Dois jogos dificílimos, dois empates. Primeiro, um 1 a 1 no Maracanã. Depois, ficamos no 0 a 0 no Pacaembu. Não conseguimos superá-los em casa como fizemos contra Fluminense e Internacional. Foi no detalhe.

Ainda assim, foi o Inter que exigiu uma preparação profunda do Corinthians. Com jogadores como Nilmar, D'Alessandro e Taison, sob o comando do técnico Tite, o Colorado era, nas palavras do próprio William, o time com "o melhor futebol do Brasil aquele ano". O segredo para a vitória seria estudar muito o adversário, técnica, tática e psicologicamente. O comportamento dentro de campo, gerou, inclusive, um episódio entre o capitão corintiano e o meia argentino do Inter.

– A comissão técnica dissecou o Inter para buscar os pontos positivos e negativos da equipe, e uma característica que o D`Alessandro tinha era de provocar os adversários. Ele gostava muito de falar durante o jogo. Na volta, ele começou a provocar o Cristian, que era mais temperamental. À medida que eu ia escutando tudo, meu papel era conversar com o Cristian. Quando abrimos 2 a 0, ele parou de falar. Depois do empate do Inter, o Cristian foi substituído e demorou a sair de campo. O D'Alessandro tentou levantar ele, gerou uma confusão muito grande e foi expulso. Nem percebi, mas comecei a rir naquele momento e ele, que tinha deixado o time na mão, tentou levar alguém com ele -– recordou William.

Se Internacional e Vasco destacaram-se impondo dificuldades, William elegeu a partida contra o Atlético-PR, pelas oitavas de final, como a mais emblemática da conquista. No jogo de ida, em Curitiba, o Corinthians perdia por 3 a 0 até os 41 do segundo tempo. O Alvinegro, porém, descontou para 3 a 2 em sete minutos e se classificou com uma vitória por 2 a 0 em São Paulo.

– Achei que fôssemos ser eliminados, mas buscamos o 3 a 2 e conseguimos nos recuperar. Foi o momento de maior tensão no campeonato – lembrou o capitão.

Após esse título da Copa do Brasil de 2009, o Corinthians foi bicampeão brasileiro, venceu a Copa Libertadores da América e o Mundial Interclubes, além da Recopa Sul-Americana.

*"Heróis da Copa do Brasil" é uma série de matérias especiais do portal da CBF sobre grandes personagens das últimas 10 edições do torneio. Quando Santos e Palmeiras decidirem a Copa do Brasil de 2015, histórias como as de William surgirão e outros heróis serão formados. Candidatos não faltam.

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