Magrão, símbolo do Sport em 2008

Magrão, símbolo do Sport em 2008

Ídolo da torcida do Sport, goleiro lembra da força da Ilha do Retiro na conquista da Copa do Brasil de 2008

Heróis da Copa do Brasil - Magrão, do Sport - 2008 Heróis da Copa do Brasil - Magrão, do Sport - 2008
Créditos: Divulgação / Sport Recife

Já eram jogados mais de 90 minutos no Morumbi. A torcida corintiana comemorava a vantagem de 3 a 0 no jogo de ida da final da Copa do Brasil 2008, quando Enílton – que havia entrado no segundo tempo – recebeu de Carlinhos Bala e diminuiu o placar. Do outro lado do campo, o goleiro Magrão enxergou a importância daquele gol. A esperança estava renovada.

– Quando fizemos o gol do 3 a 1, a gente chegou no vestiário feliz. Dentro de casa nós iríamos reverter. A gente já tinha demonstrado a nossa força em casa. Depois de vencer o Palmeiras, vimos que era possível conquistar o título. Com o 3 a 1, nós saímos tranquilos, tranquilos mesmo. Pode perguntar para qualquer um que estava naquele jogo – contou o goleiro ao site da CBF.

O gol de Enílton, no apagar das luzes, fez com que o dia 11 de junho de 2008 entrasse para a história do Sport. Apesar da derrota, cada torcedor acreditava que era possível. E era. Em Recife, o Leão rugiria mais alto. A partida decisiva era na Ilha do Retiro, transbordando de rubro-negros que não deixariam o grito cair nem por um minuto. O time do Sport sabia disso. O Corinthians também.

A capital pernambucana estava mais quente que o normal. A Ilha do Retiro era a culpada. Mais de 30 mil torcedores borbulhavam o estádio para empurrar o time. Assim como havia previsto Magrão. Como fez em todos os jogos em casa, o Sport começou a partida pressionando. Carlinhos Bala era o motor da equipe, enquanto Luciano Henrique e Daniel Paulista ditavam o ritmo do meio campo. A pressão era grande. A bola teria que entrar.

Depois de martelar, foi Luciano que lançou Bala. O camisa 11 dominou no peito e arrematou cruzado, sem chances para o goleiro Felipe. Faltava um gol para entrar para a história. 

Nesse momento, apenas Durval e Igor ocupavam o campo de defesa. Quatro minutos depois de abrir o placar, apenas o mais confiante rubro-negro poderia imaginar: após cobrança de escanteio, a zaga corintiana afastou, e a bola voou exatamente para a direção de Luciano Henrique.

É nessas horas que o destino de uma final de Copa do Brasil pode ser mudado. Em uma finalização inesperada, o camisa 10 arriscou um chute de canhota, sem deixar ela cair. Para balançar as redes, a bola poderia ter escolhido qualquer canto do goleiro Felipe. Porém, em um golpe de sarcasmo, ela preferiu passar justamente no espaço entre as pernas do jogador, ultrapassando a linha apenas o suficiente para que se confirmasse o gol. A rede sequer foi balançada.

A partir daí, as mãos levariam a taça pela volta olímpica minutos mais tarde foram as mesmas que voaram para defender a cabeçada de Fabinho. Foi o momento de Magrão mostrar o porquê de ser ídolo de cada torcedor. O apito final decretou o primeiro título de uma equipe nordestina na Copa do Brasil.

– A gente vê a dificuldade em um time nordestino chegar onde chegamos, até hoje isso não se repetiu. Representar Pernambuco e o Nordeste é muito bom. Eu não sou nordestino, sou de São Paulo, mas tenho um carinho muito grande por isso aqui. É  uma honra represenar esse povo apaixonado por futebol. Todos eles vibraram – declarou Magrão.

A história nordestina está escrita na Copa do Brasil. Graças a Magrão, Carlinhos Bala, Luciano Henrique, Enílton, Durval, Daniel Paulista, Romerito, Nelsinho Baptista. Graças ao Leão da Ilha.

*"Heróis da Copa do Brasil" é uma série de matérias especiais do portal da CBF sobre grandes personagens das últimas 10 edições do torneio. Quando Santos e Palmeiras decidirem a Copa do Brasil de 2015, histórias como as de Magrão surgirão e outros heróis serão formados. Candidatos não faltam.

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